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“Felizes os que choram, pois Deus os consolará”. (Mt 5, 4)

Quem são as pessoas felizes segundo esse ensinamento? Aqueles que aceitam o sofrimento. Para viver a verdadeira felicidade é preciso passar pelo sofrimento. Não se consegue isso acabando com o sofrimento.

Participante: perfeito, mas como é que lendo esse trecho vou chegar a esse entendimento?

Quando formos estudar João, veremos que Cristo diz que o consolador virá.

Portanto, esse ensinamento afirma que a felicidade depende de você saber passar pelo seu sofrimento ao invés de querer acabar com ele.

Participante: isso é bem Buda.

Sim.

O Buda ensina assim: ‘venha cá meu sofrimento, tudo bem com você? Agora que já lhe recebi, pode ir embora. Ou seja, afirma que é preciso lidar com o sofrimento.

Participante: está falando em não reprimir o sofrimento?

Mais do que não reprimir. Estou dizendo que não deve querer fugir dele.

Aceitá-lo quando vier como parte integrante da vida e mesmo que esteja em estado de sofrimento, internamente, não testar a Deus, não se alimentar da lei do pão. É preciso não negar nem fugir do sofrimento. A negação dele ou a busca de fugir acaba com a verdadeira felicidade

Participante: eu odeio a palavra aceitar. Uma vez você me falou uma coisa que marcou demais. Disse que aceitar por aceitar, acaba formando uma ferida bem pequena. Em outra situação futura aceita novamente e forma nova ferida. Assim vai se ferindo constantemente. Se viver a verdade sem se revoltar não forma ferida.

É dizer para si: ‘estou sem dinheiro, não tem jeito, sou um safado mesmo, eu não trabalho, não tem jeito… Vamos tocar pra frente’.

Participante: isso. Toda vez que vejo uma aceitação, para mim, vou procurar a verdade para tirar a aceitação do meu caminho. Se você não tiver uma outra verdade que dê base àquilo, não acaba com a aceitação. Aquilo fica perturbando e uma hora explode. Vira um lamento

Aliás, quando estudamos Krishna vimos que o verdadeiro sábio não se lamente nem pela vida nem pela morte.

Participante: e quando estivermos em um ambiente familiar, por exemplo, eu com meu irmão estávamos muito mudado e eu cheguei para meus pais e falei com eles para melhorar a relação…

Não. Isto é ato. A questão é interna. O problema é se deixa a relação não boa afetar a sua relação com ele.

Você pode ter a pior relação do mundo com seu irmão, não há problema nenhum. Isso é ato, é para fora. Mas, internamente não pode deixar essa relação lhe levar a jogar lama nele.

Só que isso tem que fazer não só com o irmão, quem você tem motivos para gostar, já que é irmão, mas com todos. Precisa fazer com uma pessoa que nunca viu, mas ao ver recebe uma crítica do seu mundo mental. Deve dizer para si: ‘não gostei dela, não gostei do que ela fez, mas nem por isso vou desmerecê-la aos meus olhos’.

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