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Jesus soube que tinham expulsado o homem da casa de oração. Quando o encontrou perguntou: – Você crê no Filho do Homem? Senhor, quem é o Filho do Homem para que eu creia nele? – respondeu. Você o está vendo! Sou eu, eu que estou falando com você! – disse Jesus. Senhor, eu creio! – disse o homem e se ajoelhou diante dele. Jesus então afirmou: – Eu vim a este mundo a fim de julgar, para que os cegos vejam e para que os que veem se tornem cegos. Alguns fariseus que estavam com ele ouviram isso e perguntaram: – Isso quer dizer que nós também somos cegos? Se vocês fossem cegos, não seriam culpados! – respondeu Jesus. Mas como dizem que podem ver, então ainda são culpados.
O que quis dizer Cristo quando afirma que quem é cego vê e quem vê é cego? Esse é o tema de hoje. Vamos começar falando da capacidade de ver.
Como é que um ser humanizado vê? Com os olhos da carne. O que vê? As coisas materiais. Então, como disse Cristo para os fariseus, o ser humanizado é culpado, pois é cego, mas acha que pode ver.
Tudo o que esses seres dizem ver, não existe. O ato material, a carne, os elementos desse mundo não existem da maneira como vocês as veem.
Os atos que acontecem na sua vida (nascimento, casamento, passeios, tristezas) não existem. As coisas materiais com as quais convive daqui a pouco serão destruídas, acabarão. Por isso não são reais. Para existir de verdade, qualquer elemento precisa ser eterno.
Por isso, como disse Cristo, você é cego, pois acredita nas coisas que vê, nas coisas que não são reais, que deixarão de existir um dia.
Quem enxerga mesmo é aquele que não vê as coisas da matéria.
Não estamos aqui falando em perfurar os olhos para deixar de ver. Aquele que alcança a visão espiritual e com isso deixa de ser cego, é quem deixa de vivenciar as coisas (objetos, pessoas e acontecimentos) materiais pelos valores humanos que são aplicados a elas.
Aquele que possui a visão espiritual é quem vivencia a essência das coisas e não os seus valores.
A essência não é caracterizada por elementos materiais, mas por um sentimento, uma emoção. É ela que dá a visão (compreensão) das coisas para quem possui a capacidade espiritual de enxergar. Essa capacidade é conferida a quem, apesar de receber via olhos uma visão, não se apega a imagem percebida, mas vivencia a essência do acontecimento.
A essência é aquilo do que cada ato ou elemento é composto. É o que gera tal ou qual acontecimento ou o que faz determinado objeto ou pessoa ser de tal forma. Quem não vê o acontecimento material, mas sim a sua essência, não pode ser considerado como cego pelos irmãos universais, pois enxerga apenas as coisas espirituais.
É isso que Cristo quis dizer: todos aqueles que são cegos, afirmam enxergar, ou seja, afirmam que estão vendo um acontecimento. Já aqueles que se libertam da visão do mundo de formas e penetram na essência do acontecimento podem ser considerados como aqueles que sabem ver.