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(Palestra realizada em 06/08/2016 em Araraquara – SP)

Participante: o ser humano é egoísta …
Quem dera fosse. Se vocês fossem egoístas iriam sempre pensar primariamente em si mesmos, iriam querer o melhor para vocês. Mas, como sofrem o tempo inteiro, acho que não pensam tanto assim em vocês mesmos, pois dizem que querem a felicidade, mas não se protegem do sofrimento.

Na verdade, o ser humanizado não é egoísta, não quer para si. O que ele quer mesmo é vencer os outros.
Participante: dá para se proteger do sofrimento?
Sim, basta você ser um inteligente emocional. Se você vivencia os acontecimentos da vida humana com inteligência emocional consegue não sofrer.
Vamos falar sobre isso? Então vamos lá …
Vocês sofrem porque são burros emocionalmente, ou seja, não são inteligentes. Por isso começo nossa conversa perguntando: o que é ser inteligente?
Participante: ter muito conhecimento?
Não, quem tem muito conhecimento é culto, mas não necessariamente inteligente.
Participante: aquele que consegue escapar dos problemas da vida de uma maneira adequada.
Eu diria que uma pessoa inteligente é aquela que sabe analisar a situação e sabe buscar o que é melhor para si a cada momento.
Quantas vezes vocês já agiram contrário ao que queriam para não se chatearem, para não arranjarem confusão. Quem age assim é uma pessoa inteligente, pois sabe analisar a situação, que não adianta insistir, brigar e por isso se poupa. Isso é uma pessoa inteligente: aquela que sabe analisar uma situação, sabe reconhecer todos os elementos envolvidos naquele acontecimento e sabe escolher o melhor para si.
Sendo este o inteligente, quem é o burro? Aquele que não sabe analisar a situação, que não sabe escolher o que é melhor para si. É aquele que não sabe, por exemplo, reconhecer a hora de parar uma discussão de algum assunto, que não sabe quando ceder em algum momento para poder ganhar em outro. Enfim, aquele que não sabe analisar a vida.
É por isso que disse que vocês são burros: vocês não sabem fazer essa análise. Quantas vezes estão vendo que estão à beira do abismo do sofrimento e continuam andando para frente? Continuam caminhando, persistem em viver de uma determinada forma, mesmo sabendo que vão cair, que vão sofrer.
Participante: porque somos assim?
Porque falta o que chamo de meditação: meditar sobre a vida, pensar sobre a vida, saber olhar a vida e vê-la de uma maneira inteligente. Vocês são assim porque se deixam levar pelo instinto de sobrevivência, de querer ganhar sempre. Por isso não medem esforços para continuar lutando contra o mundo.
Mesmo sabendo que vão perder, vocês se entregam ao instinto que lhes impulsiona para ganhar dos outros. Com isso cada vez vão caindo mais, perdendo mais, sofrendo mais.
Essa ideia da inteligência emocional é muito importante para aqueles que querem aproveitar essa encarnação. Digo isso porque conseguir colocar em prática a paz e harmonia requer uma inteligência muito grande. Requer uma capacidade de analisar a situação da vida que está vivendo.
Vou dar um exemplo. Se vocês começam a conversar com uma pessoa sobre um determinado assunto e ela pensa diferente, o que deveriam fazer? Parar a discussão, não é mesmo?
Mas, não: continuam colocando as suas posições, mesmo vendo que ela vai se exaltando. Porque um ser inteligente, que não quer sofrer, continua a discussão?
Acho que se fossem realmente inteligentes, vocês, para não sofrerem encerrariam a discussão, doariam a razão. Mas, não, por conta do instinto de vitória, de sobrepujar o outro, de ganhar sempre, continuam persistindo na discussão querendo provar que estão certos, buscando novos argumentos tentando de alguma forma dobrar a opinião do outro. Com isso, só quem sofre são vocês.
Participante: quando chega nesse ponto da discussão, eu não consigo dizer que o outro está certo. Simplesmente me calo e não falo mais nada.
Palavras são palavras. Os atos que são praticados não têm nada a ver com o que estamos conversando. Estou falando do mundo interno, por dentro de você. Neste mundo deve dizer a si mesmo: “ela quer estar certa, então, que esteja”. Externamente, faça o que fizer, pois isso não afeta a sua felicidade.
O problema é entender que aquela situação é de risco. Naquele momento está colocando em risco a sua paz, a sua felicidade, a sua harmonia.
É essa a inteligência que estou falando. Quando se fala em inteligência emocional está se falando em saber se prevenir para que não viva emoções, sentimentos que não se quer.
Deixe-me fazer uma pergunta: sua mãe morreu, será que é preciso entrar em desespero por causa disso? Vamos analisar à luz da inteligência emocional. Será que realmente precisamos entrar em desespero nessa hora? Esse desespero vai trazê-la de volta? Amenizará a dor da falta dela? Acho que não.
Vendo por esse prisma, pergunto: quem se desespera nesse momento é o que? Burro emocionalmente. Ele não soube analisar a emoção que lhe foi apresentada pela mente. “Sim, minha mãe morreu. Acabou não tem mais jeito. Está morta. O que posso fazer? Posso sentir a dor da saudade, posso continuar achando que ainda não era hora dela ir, mas não preciso me entregar ao desespero, de dizer que minha vida acabou porque ela morreu”.
Isso é ter inteligência emocional. Inteligente emocional é aquele que sabe analisar a emoção que está sendo apresentada naquele momento e ver a necessidade de vive-la. Analisar no sentido se questionar se sentir aquilo é realmente necessário no momento, se contribuirá de alguma forma com a sua paz e harmonia.
Quando falo dessa forma as pessoas me perguntam se precisam ser frios para serem felizes. Eu sempre respondo que se vocês fossem frio até que seria bom, porque aí não sofreriam. Isso porque aquele que é ignorante, burro emocionalmente, que vive emoções desnecessárias, improdutivas, sofre muito.
Esse é outro detalhe que precisam compreender. Vocês vivem uma série de emoções que são desnecessárias, não ajudam em nada a viver essa vida. Concordam comigo?
Esse é o inteligente emocional e para viver a felicidade plena, a harmonia interna, é preciso possuir essa inteligência. É preciso saber analisar as emoções que a mente cria e distinguir se é realmente necessário vive-la.
Por isso digo que são burros. Quando vêm uma emoção qualquer da mente, vocês não raciocinam. Raciocinar no sentido de analisar a emoção, de compreender, de ver qual a necessidade ou importância de vive-la.
Foi o que já falei hoje a respeito de sonhar com alguma coisa. Naquele momento eu disse: se sonhar, desejar alguma coisa, fosse garantia de conseguir, com certeza diria para sonhar. Mas, não é bem isso que acontece. Mas, quando vive o processo de devaneio causado pelo sonho e descobre que está sofrendo naquele momento, o inteligente emocional diz que não quer sonhar. Ela descobre que sonhar está lhe causando mal.
É essa a função da inteligência no ser humano. Usar a inteligência para criar coisas é perda de tempo, pois ninguém cria nada, já que Deus faz tudo. Usar a inteligência no sentido de organizar as coisas também é perda de tempo, pois por mais que se organize, vem a vida e desorganiza tudo. Esse tipo de inteligência, que é a que vocês querem, não serve para nada, não presta para nada, pois não traz retorno. A única inteligência que pode lhe ajudar de alguma fora é a emocional, mas, no entanto, é a que menos se dedicam. Vocês se deixam levar pela emoção quando ela aparece.
Então, neste novo tempo, quando precisamos aprender a viver de uma forma diferente, a questão da inteligência emocional, do saber analisar o seu mundo emocional e saber lidar com as emoções que surgem, é algo fundamental. E é sobre isso que quero conversar agora.
Queremos falar um pouco sobre inteligência emocional.

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