Irmãos, peço em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo que estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês. (Capítulo 01 – versículo 10)
Paulo está falando com os religiosos do novo Cristianismo que está nascendo e está dizendo: é preciso haver uma unificação a partir do que Cristo falou. Apesar disso, o cristianismo se esfacelou em diversas interpretações sobre o que Cristo disse.
Sendo assim, para poder se colocar em prática este pedido – que é atual nos dias de hoje já que o apóstolo escreveu para o povo de Corinto, mas também para ‘àqueles que em todos os lugares pedem a ajuda do nosso Senhor Jesus Cristo‘ – pergunto: quem poderá ser o fiel da balança para unificar a palavra de Cristo? Já que existem tantas interpretações, quem poderá ser o fiel da balança, quem pode dizer que sabe o que Cristo falou? Quem pode unificar seus ensinamentos?
A resposta é: aquele que seguir os ensinamentos.
Participante: mas, isso depende de uma interpretação. Cada corrente diz que Cristo ensinou uma coisa.
Não depende de interpretação; depende de ler o que está escrito sem interpretar.
Vou dar um exemplo: a Igreja Católica tem dentro de seus espaços (pátio das Igrejas) um lugar para vender coisas?
Participante: sim.
Não pode falar sobre os ensinamentos de Cristo, pois está contra eles.
Existem correntes cristãs que pregam o não trabalhar no sábado? Esses podem falar dos ensinamentos? Não, já que estão contra os ensinamentos, pois o mestre trabalhou neste dia…
É isso que estou dizendo: unificar não é ter uma só voz, mas seguir a voz de Cristo de ponta a ponta de seus ensinamentos.
Participante: tem coisas aí que estudamos e o senhor mudou completamente a visão. Quem garante que a sua está certa e a dos outros errada? É a interpretação.
Desculpa, não posso ter mudado completamente a visão sem citar antes um ensinamento que alterasse a visão que você tinha sobre o assunto. Ou seja, apenas liguei um ensinamento ao outro ao invés de tirar uma conclusão isolada de cada parte das palavras do mestre.
Por exemplo: o sagrado casamento. Jesus Cristo em momento algum criou o sacramento do casamento ou submeteu-se a ele para torná-lo válido. Sendo assim, a Igreja que se diz de Cristo não pode ter este sacramento. Isso é analisar o contexto da obra e não pegar pedaços isolados e dar valores que não condizem com tudo o que o mestre ensinou.
Outra coisa que fiz foi ampliar significado de palavras para que estivessem de acordo com os dias de hoje. Por exemplo o termo judeu, utilizado largamente na bíblia por Cristo.
Se levar ao pé da letra, nada do que foi ensinado na Bíblia serviria para você, pois ela foi escrita para o povo judeu e, ao que saiba, não é judia. Aliás, se levar ao pé da letra, nem cristã poderia ser, pois Cristo foi enfático com uma mulher: eu vim para o povo judeu. Como não é judia, Cristo não veio para você. Por isso, apegando-se à letra fria, digo que ou você vira judia ou não aceita Cristo.
Foi por isso que alterei o sentido de algumas palavras, Minha intenção não foi mudar nada, mas apenas coloca-las mais dentro do contexto atual.
NOTA: O amigo espiritual no primeiro livro desta série (Carta de Paulo aos Romanos) ampliou o sentido da palavra judeu, retirando dela a ideia de vincular-se apenas àquele povo para todos os habitantes do planeta.
Agora, voltando ao caso do casamento, como é que pode se falar nele como um sacramento? Jesus Cristo é bem claro: a vida no céu não tem casamento?
Como podem as religiões cristãs e os cristãos lutarem contra impostos, pedirem isenção deles, se Cristo diz que cada um tem que pagar seu imposto?
É sobre isso que Paulo está nos alertando nesse texto: temos que ser fieis ao ensinamento de Jesus Cristo de cabo à rabo. Não podemos escolher na Bíblia alguma coisa que gostamos e que traz prazer, que dá satisfação e abandonar aquilo que não queremos cumprir ou mudamos a interpretação que o mestre deu àquela informação.
Por exemplo. Cristo disse: angarie bens no céu e não na terra. Mais: que o reino do céu é como uma perola que o homem vê e vende tudo que tem para comprá-la. Sendo assim, como posso eu, um divulgador dos ensinamentos de Cristo incitar o ser humano a possuir bens materiais? Como posso incitar os espíritos encarnados a buscarem a satisfação individual? Estaria ferindo parte dos ensinamentos de Cristo e com isso me desautorizando para ser mensageiro deles. É isso que Paulo está alertando: não pode haver discussão sobre o que Cristo ensino. Para isso basta apenas parar de interpretar ou escolher o que está escrito e seguir tudo na íntegra.