Que a Pai do Deus esteja com vocês.

Quero convidá-los para começarmos a nossa viagem pelo interior da vida humana. Começar a conhece-lo na sua forma mais profunda, no seu nível mais profundo. Depois que deixarmos bem claro as questões da vida, sua formação, como as coisas acontecem, para que e porque acontecem, iremos, então, analisar aspectos mais específicos da vida.

Hoje vamos falar da vida de uma forma mais profunda. Nos concentraremos na parte mais fundamental: os fundamentos da vida humana. Mas, quero deixar desde já, como disse da última vez, o convite para estarem propondo situações da vida, sejam particulares, suas, ou genéricas, para a partir do que vai ser dito hoje, dos fundamentos da vida, possamos, então, entender a vida.

É entender a vida, sim. Essa seria a palavra certa para definir o que vamos fazer.

Há muitos anos propus a criação de uma faculdade espiritualista de vida ou uma faculdade de vida, se não quiserem meter a religião nessa conversa. Essa faculdade teria exatamente o objetivo de estudar a vida humana, conhece-la desde a sua base. Conhecendo a vida o ser humanizado poderia, então, a vivenciar em paz, harmonia e felicidade.

Esse seria um objetivo da existência de todos os seres humanizados: alcançar um estado de espírito onde passe pelas coisas da vida de forma tranquila. Digo que seria porque a grande maioria dos humanizados não conseguem.

Não conseguem não por culpa da vida que levam, mas porque não a conhecem. Ao não conhecer acabam, por exemplo, passando por situações íntimas que acabam com a paz, a harmonia, a tranquilidade.

Vou dar só um exemplo para compreendermos melhor. As pessoas têm o hábito, a mania, o vício de querer dizer ao outro o que deve ser feito, como deve viver, o que fazer, o que procurar, do que se afastar. Querem dirigir a vida do outro a partir de seus próprios critérios, verdades e gostos.

Ora, será que ninguém sabe que todos os seres humanos são diferentes entre si? Que por isso almejam coisas diferentes, têm ideias diferentes, verdades diferentes? Claro que sim, todos sabem, mas apesar disso querem exportar a sua própria experiência para quem pensa diferente.

Como não conseguem, porque todos defendem o seu ponto de vista, a sua verdade, perdem a paz, perdem a harmonia, sentem-se mal, acham que o outro não gosta deles, que é culpado porque não presta atenção neles, porque não querem saber.

Isso é verdade: eles os outros não gostam que vocês falem o que eles devem fazer. É isso que acontece. As pessoas que querem controlar, no entanto, se tivessem um conhecimento mínimo da vida poderiam até continuar dizendo aos outros o que devem fazer, mas não se chocariam mais com a desatenção deles e nem cobrariam o que disseram que deveriam fazer.

Observem, não estou falando de ato, mas de mundo interno. Isso é importante ficar bem claro. O que faz sofrer não é o outro não querer, mas achar que ele tinha que querer. É exigir que o outro queira, cobrar dele que faça.

É essa forma de viver, ou seja, dentro de uma realidade que não é real, preso a um desejo que jamais pode ser alcançado, que acaba com a paz de espírito de cada um. Quando se conhece e entende a vida, se sabe, por exemplo, que o outro pensa diferente e tem o direito de ser o que for, de falar o que falar, mas internamente diz a si: se ouviu o que falei, ouviu, se não ouviu, não ouviu. Se fizer como eu acho certo fez, se não fizer, não fez. Eu não vou perder a minha paz, não vou ficar chorando, nervoso, preocupado, porque o outro não me ouviu.

É isso que a Faculdade Espiritualista de Vida, ou Faculdade de Vida, ensina. Mostra ao humanizado que se quiser que outro faça como acha certo, se quiser ensinar alguma coisa, ouça a boca falando, mas internamente não gere a necessidade de lhe ouvir, não gere a necessidade de aceitar a obrigação que respeite sua vontade e diga amém a tudo que você quer. Se viver sem essa obrigação no íntimo, a sua boca vai continuar falando, a do outro também, mas os dois vão estar em paz e harmonia. Vão estar tranquilos.

É isso que vamos começar a tratar. É disso que estamos falando. O conhecimento da vida é necessário para que possamos aprender a viver com a ela, ou seja, com o que acontece, sem perturbar o íntimo, sem perder a paz, sem sofrer, mantendo um estado de equilíbrio, de harmonia.

Harmonia, essa é a palavra!

Temos que trabalhar o mundo interno porque o que desarmoniza não é o que você fala. É a posse, a paixão e o desejo que se tem sobre o que é falado, São essas coisas que geram a obrigação do outro ser como você quer que seja.

Aliás, sempre disse isso. Já me perguntaram se a mãe tem o direito de falar com o filho o que deve fazer. Disse que sim, tem esse direito, só não tem o de esperar que ele ouça. Ela falar é uma coisa, ele ouvir é outra. São coisas diferentes.

Então, é para isso que quero convidar vocês.  Esse passeio, essa busca, esse conhecimento da vida. Nesse mergulho vamos conhecer a vida no sentido de ver aquilo que nos faz sofrer, que causa o sofrimento, que nos desequilibra, que acaba com a nossa harmonia.

Vamos começar agora!

Compartilhar