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Já que somos espíritos, para podermos viver perfeitamente a vida carnal, retirando dela a sua humanização e alcançando a consciência da existência eterna, precisamos compreender o que é a experiência humana que um espírito vive.
Somos todos espíritos, vivendo a experiência carnal ou não. Possuímos uma memória onde estão arquivados os valores que aprendemos durante a nossa existência eterna no universo. Chamamos essa memória de consciência espiritual.
Quando o ser humaniza-se não consegue acessar esses dados guardados na sua consciência espiritual, ou seja, não consegue utilizar-se dos conhecimentos que possui. Isso ocorre porque ela é encoberta por um novo elemento temporário que o ser adquire: o ego, ou consciência material.
O ego é um “personagem” que o espírito cria antes do nascimento carnal. Ele será composto de elementos que servirão ao ser durante a experiência carnal como campo de provas para sua elevação espiritual. O ego determinará a personalidade, o corpo, o nome e tudo que se relacionar com o ser humano a tal ponto que o ser humanizado imaginar-se-á como o ego e não como o espírito que é.
Aí está a prova. O ser humanizado precisará da fé e do amor a Deus para suplantar as verdades que o ego lhe transferirá e viver a existência carnal como experiência espiritual. Enquanto não conseguir essa vitória, estará preso às realidades que o ego cria e não aproveitará a chance da encarnação. Quando o ser conseguir vencer ao ego poderá, então acessar à sua consciência espiritual e aí viver a vida em total comunhão com o Todo.
Não existe o ser humano. Marias, Paulos, Josés ou qualquer outro ser humano são egos criados por seres universais para viver uma existência carnal. Você é um espírito, sem nome, cor, idade, sexo, religião, raça, etc: tudo o que imagina ser é um personagem (ego) que criou para viver essa aventura carnal.
O ser humano, portanto, é um ser universal (espírito) vivendo uma aventura humana conduzida pelo ego na qual necessita destruí-lo para poder atingir à sua realidade: a espiritual.
Cumpre ressaltar que essa aventura humana não está diretamente relacionada com a ligação com uma matéria carnal. Existem diversos seres universais que já desencarnaram, mas que ainda não conseguiram libertar-se do ego. São aqueles que ainda imaginam-se donos de propriedades, maridos, mulheres ou filhos e que, mesmo fora da carne, ainda vivem apegado a essas coisas materiais.
A vitória só acontecerá quando ele vencer o ego e isso terá que ser realizado necessariamente antes da próxima encarnação. O ser só poderá formar um novo ego quando destruir esse e reassumir a sua consciência espiritual. Portanto, a humanização do ser não acaba com a morte, mas sim com a destruição do ego.
Por isso, podemos afirmar que existem muitos seres humanos fora da carne, mas também que existem muitos espíritos vivendo na carne. O que determina a sua “classe” não é a carne em si, mas a consciência com a qual vivencia a sua existência. A partir dessa visão, podemos então entender que o ser humano não é um homem (corpo mais espírito), mas apenas o ego que dirige a existência do espírito por determinado tempo. O ser universal é sempre um espírito (ser puro e inocente como criado por Deus) e a sua humanidade é representada pelos diversos egos que cria para realizar provas ao longo da eternidade.