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A liberdade que o Espiritualismo Ecumênico Universal prega para aqueles que querem alcançar o espiritualismo é irrestrita e incondicional. O que pregamos é uma liberdade onde cada um seja realmente livre de tudo e de todos.

Apesar disso, não pregamos uma liberdade qualquer, mas sim uma liberdade com igualdade. O que quer dizer isso? Que pregamos uma liberdade onde aqueles que querem aproveitar a esta encarnação sejam livres, mas também respeitem a liberdade do outro.

O que enrolou muito vocês nesse tempo que estive ausente foi justamente o sentir-se tão livre que a ponto de não respeitar a liberdade dos outros. Sim, você é livre, mas a sua liberdade não pode castrar a do outro. Não pode ferir a do outro.

Por exemplo. Nas palestras que realizamos em diversos lugares ouvi pessoas que estavam acostumadas a nos ouvir – e que por isso se dizem espiritualistas – falarem que era necessário chamar atenção de alguém porque essa pessoa não estava dando liberdade aos outros. Ora, se uma pessoa chama atenção de outra por não estar dando liberdade, o que faz é tirar a liberdade de quem não quer dá-la.

Para se viver dentro do espiritualismo é preciso que todos sejam livres. Se alguém quer usar a sua liberdade para comandar a dos outros, castrar a liberdade dos outros, quem quer ser livre precisa dar esse direito àquele. Se isso não for feito, aquele que se diz livre se transforma em escravo da liberdade. Quando isso acontece, não se torna mais livre, pois se tornou escravo da sua liberdade.

Esse é um ponto que precisamos repensar. Nesse mundo ninguém vive sozinho, todos vivem em comunidade. Essa vivência deve levar aquele que pretende alcançar o espiritualismo muitas vezes a não fazer o que quer por pensar no direito que o próximo tem de agir livremente, mesmo que o que ele queira fazer esteja substanciado por ensinamentos.

Não digo que se deva deixar de fazer por obrigação, por caminho para a elevação, mas sim porque tem benevolência, indulgência e perdão, os três elementos que segundo o Espírito da Verdade compõem a caridade.

O verdadeiro espiritualista é tão livre que não se sente obrigado a brigar com quem retira a liberdade de outro. Isso é muito importante, pois senão a liberdade que tanto preza vira prazer: ‘eu sou livre, posso falar o que quero e o outro é obrigado a ouvir o que quero dizer ou fazer’.

Quem pensa assim realmente não é livre, mas escravo da liberdade que quer ter. Ele não pensa no outro e imagina que todos têm a obrigação de dar a ele o direito de ser, estar e fazer o que quiser.

Isso não é uma postura de um espiritualista. Quem quer aproximar-se de Deus tem que submeter todos os seus direitos ao amor ao próximo. Quando o espiritualista se sente no direito de falar o que quer, além de não amar o próximo acima dos seus direitos, deixa de ser livre, pois se torna escravo da liberdade.

A escravidão a liberdade é uma ação que caracteriza a intencionalidade egoísta. Por causa disso, quando consegue falar o que quer vive o prazer e não a felicidade que o Pai tem prometido.

A linha que demarca a liberdade é muita fina e frágil, pois se o ser humano a utiliza fundamentado no egoísmo, ou seja, defendendo o seu interesse à frente do dos outros, acaba machucando o próximo. Viverá criando condições para que os outros se sintam machucados e com isso não os amará.

Portanto, é importante se repensar tudo o que já foi ouvido e no padrão mental que estamos tendo a partir disso. É importante se conscientizar que todos nós somos livres, mas que é importante saber usar a liberdade. Ou seja, saber ser livre a tal que ponto que não haja prisão a ela mesma.

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