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Participante: não entendo isso. O senhor fala em não se ocupar com o futuro, mas, no entanto, planeja constantemente suas viagens.
Sim, eu ajo assim, mas isso é bem diferente da preocupação que estou falando agora.
Digamos que lhe diga para marcar uma palestra em São Paulo no próximo final de semana. O que acontecerá depois com relação a esse planejamento? Nada. Só voltaremos a nos ocupar com isso quando chegar a hora de ir para lá.
Só que não é assim que vocês lidam com o planejamento do dia. De manhã, quando deveriam estar ocupados com a atividade daquele momento, começam a se ocupar com o que farão quando chegarem ao trabalho.
Sim, se ocupar com o trabalho e não apenas pensar nele. ‘Assim que chegar tenho que pegar aquele papel e enviá-lo para aquela outra pessoa. Tenho que escrever uma carta e preencher o formulário. Mas, se esquecer de fazer isso, o que pode acontecer? Posso perder aquele contrato. Se perder, o que faço? Preciso daquele cliente. Se ele não comprar não vou ter dinheiro para pagar os empregados, os fornecedores. Vou ter que demitir todo mundo. Vou acabar falindo’.
Olha onde você já está quando ainda está em casa tomando seu café da manhã. Não é diferente o seu planejamento da vida e o meu?
No meu planejamento marco uma data e aquilo acabou para mim. O que vai acontecer quando chegar lá, vou me ocupar quando chegar lá. Não diria que planejo uma viagem, mas que apenas marco um dia para viajar.
A diferença entre um e outro está na ocupação com o futuro. Eu marco e não me ocupo com o futuro; vocês se ocupam agora com o que irá acontecer depois.
Se pela manhã se lembrassem que irão precisar dar um telefonema às quatro horas da tarde e só voltassem a se ocupar com ele naquele horário, não diria nada a respeito disso. O problema é que antes de chegar a hora ficam olhando o relógio de minuto a minuto, ensaiando o que vão dizer, projetando qual será a resposta da pessoa e que argumento vão usar para combater a resposta dela.