Escutem! Certo homem saiu para semear. Quando estava espalhando as sementes, algumas caíram na beira do caminho e os passarinhos comeram tudo”.
Algumas sementes caem à beira do caminho e não germinam. Que sementes são essas que caem à beira do caminho, você não vê e os passarinhos comem? O excesso de informação.
Como é o dia daquele que não possui um terreno preparado para receber sementes? Pela manhã lê um texto muito bom; à tarde outra; à noite encontra algo espetacular. Não é assim?
A que leva a isso? Um excesso de informação. São tantas verdades que nada se fixa. Tudo que entra sai quando vem uma nova coisa sem gerar nenhum fruto. É isso que quer dizer a figura de ficar ao longo do caminho e os passarinhos comerem.
Participante: discordo. Nós temos que ter muitas informações, para saber decidir qual escolher qual a melhor para o nosso coração.
Não estou dizendo que não pode ter informação de diversas fontes. O que estou falando é que precisa estar preparado internamente para que aquela informação germine, floresça e dê algum fruto. Isso não tem problema. Agora, ficar buscando um monte de informação sem deixar que nem uma floresça, como terá fruto para comer?
Participante: o que você chama de florescer?
Gerar alguma coisa internamente, promover alguma mudança de consciência. Fazer você viver, trabalhar, existir de alguma forma diferente.
O objetivo de cada ensinamento referente à espiritualização é esse: alterar a forma de se conviver com a vida humana. Por isso, para que a semente, o ensinamento, possa ser considerada como germinada, ela precisa levar a essa mudança.
O ser humanizado fica buscando uma informação aqui, outra ali, outra acolá… É um excesso tão grande que quando se depara com algo à noite, nem lembra o que leu pela manhã. Adiantou ter lido alguma coisa antes?
O que acontece com o que teve contato pela manhã? Ficou perdido, caiu no meio do caminho. De nada adiantou para você.
Só mais um detalhe. Não estou falando de buscar ensinamentos em fontes diferentes. Estou falando no fato de ouvir Joaquim, por exemplo, o dia inteiro. Quando ouve algo pela manhã e outro ensinamento na hora do almoço, o que foi ouvido primeiro foi esquecido. Aquela semente foi perdida.
O que estou falando que seja da mesma fonte ou de fontes diferentes é preciso deixar aquele ensinamento gerar algum fruto, gerar alguma mudança na sua forma de conviver com a encarnação, com a vida humana.
Participante: deixe ver se entendi. É trabalhar uma coisa de cada vez?
Isso!
Já falei sobre isso. Para que uma semente germine, aconselho a ler um texto e buscar entendê-lo. Após isso, feche o livro e tente viver a informação, viver a partir do que o ensinamento fala. Isso faz a informação germinar, lhe dar algum fruto, promover alguma mudança na sua vida. Outro dia, noutro momento, leia mais um trecho e faça o mesmo processo.
O que acontece é que vocês só buscam e não praticam. Aí os ensinamentos vão caindo no esquecimento.
Participante: Na verdade eu entendo o que você está falando, é que acabamos vivendo as informações superficialmente.
Não dá nem tempo de viver nada! O que ouve entra por um ouvido e sai pelo outro. Não chega a germinar nada porque sai quando outras coisas entram.
A busca de verdades de vocês é como se tivessem uma cesta e ali dentro colocassem os ensinamentos. Só que o fundo dessa cesta é fraco e por isso quando coloca um novo o de baixo cai. Que adiantou pegar aquele? É jogar perolas aos porcos.
Participante: acho que não existe problema em procurar um monte de coisas. Acho que isso é que vai levar a uma resolução dentro de você. Agora, concordo quando fala que temos que pegar uma a uma e experimentar e ver se aquela serve. Se não servir, joga fora.
Exatamente isso que estou falando. Com isso eu concordo: não serviu, joga fora. Não adianta ficar acumulando informações que não vão gerar frutos.
É isso que estou falando. Lê uma informação, vai lá e coloca em prática. Acabou, fez a introspecção, aquilo gerou em você uma mudança, uma nova forma de ver a coisa, aí vai buscar outra. Agora, ficar só buscando sem promover alguma mudança interna, tudo o que é lido vai sendo esquecido. Aí não gera nada; só serve para alimentar os passarinhos.