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Mas, há, para o espírito, um terceiro elemento na existência humana: a expiação.
Expiar, segundo os espíritas, é pagar débitos anteriores. Esta, vamos dizer assim, é a definição que os seres humanizados conhecem. Mas, como já disse, o universo está equilibrado. Sendo assim, ninguém deve nada a ninguém. Se houvesse dívidas, o Universo estaria desequilibrado.

A partir deste conhecimento, podemos, então, ver a expiação de um modo diferente. Eu diria que a expiação é o carma. Expiar, pagar pelo seu erro anterior, como se diz, é vivenciar o carma daquilo que se fez anteriormente.
Diferente do que se pensa no meio religioso humano, expiação não é o que se deve a outro espírito, mas sim ao Universo. O espírito gera um carma e precisa vivenciar uma situação carmática para expurgar-se.
Se o cumprimento do carma, ou seja, a vivência da expiação, é lei universal, posso, então, dizer que se o seu marido que lhe abandona, não é ele que está fazendo isso, mas você está vivendo a sua expiação, que é, também, uma prova. Ele está cumprindo a sua missão e você vivenciando, através da expiação, a sua prova, pois precisava ser abandonada.
O outro que passou a frente no seu trabalho não é aquele safado, mas é o instrumento que criou o seu carma, pois você precisava passar por aquilo. Por quê? Porque anteriormente fez alguma coisa que gerou aquele carma. É isso.
É para isso que você nasceu. Você nasceu para fazer provas através de expiações e para cumprir missões. Mais nada do que isso.
Agora, tudo isso só será posto em prática na sua existência na hora que retirar do acontecimento a história que atribui a ele. É preciso acabar com a ideia de um agente do seu sofrimento e com a compreensão do que está acontecendo.
Na hora que conseguir desmaterializar o acontecimento, ou seja, retirar a história, e o espiritualizar, ou seja, entender a prova, a missão e a expiação, você não vai mais sofrer. Só assim, conseguirá aproveitar a oportunidade da encarnação para cumprir o que você tem que fazer. Mas, enquanto ficar preso na história, a vivenciará como se fosse realidade.
Participante: o criador concede aos seus filhos o livre arbítrio, ou seja, a liberdade de agir como bem entender, porém todas essas ações estão sujeitas a uma lei natural de justiça chamada de causa e efeito, ação e reação ou plantio e colheita. É por meio desta lei que somos responsáveis por tudo quanto fazemos ao próximo ou ao nosso próprio espírito. O criador concede ao espírito a liberdade de ceder ou resistir às más influências: trata-se do livre arbítrio. Esta liberdade de agir como bem entende desenvolve-se à medida que adquire consciência de si mesmo. Isso faz com que tenha o mérito de suas próprias ações.
Exatamente o que falei. Mas veja, se não retirar a história do acontecimento, não conseguirá deixar de criticar aquele que lhe passou a perna. Mesmo que ele seja, vamos dizer assim, do mal, que tenha usado o livre arbítrio para este caminho, você não tem o direito de julgá-lo e condená-lo. Só Deus pode. É isso que eu estou dizendo.
Na verdade não estou aqui tentando justificar o que o outro faz, porque isso é problema dele com Deus. É o carma dele, é o livre arbítrio dele. Agora, você também tem o seu livre arbítrio e deve usá-lo para ceder à tentação de acusá-lo. É só isso.
Continuemos nosso estudo do texto desta pergunta.

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