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Esta nossa conversa marca o início da última fase do Espiritualismo Ecumênico Universal, em sua primeira fase: a transmissão dos ensinamentos.

Como crianças saídas da pré-escola, ao seu tempo, cada um chegou até aqui trazidos por Deus, para começar a aprender a ler as letras que Deus escreve na história do universo. Ensinar esse bê-á-bá da escrita de Deus foi uma missão honrosa para esse velho que está falando. Juntos descobrimos as verdades do universo. As verdades que nós hoje podemos compreender e saber e que nos pode levar a elevação espiritual.

Partindo da mudança da auto visão, com a descoberta de que não existe o ser humano, mas sim um espírito que vive em uma carne e que pode entrar no gozo de todas as suas propriedades espirituais, alcançando a suprema graça de viver no mundo de Deus.

A partir dessa descoberta um mundo novo se abriu. Assim como a criança que antes só via desenhos no lugar de letras e agora consegue juntá-las para dar nome aos desenhos, nós fomos caminhando nessa seara da sabedoria de Deus.

Compreendemos a nossa encarnação, compreendemos os acontecimentos do dia a dia, a vida como se fala. Descobrimos que nós vivemos em um mundo de irreal, em uma fantasia que nós criamos para nós mesmos e que nos prendemos a essa fantasia como se fosse uma verdade, uma verdade absoluta. Só o que acreditamos pode ser o certo, o perfeito no universo.

Com a descoberta das primeiras letras, vimos que o universo tem uma verdade muito maior do que essa que nós sempre pensamos que fosse verdadeira. Vimos o conceito, aquilo que nós dissemos que é verdade e descobrimos que eles dependem dos nossos sentimentos.

Foi para mudar isso que fomos percorrer o caminho que o Buda percorreu, estudando as verdades e o Nobre Caminho Óctuplo que é capaz de nos levar a bem-aventurança, ou seja, a verdadeira felicidade que o Cristo nos ensinou.

Hoje, nessa conversa, gostaria de falar um pouco dessa bem-aventurança, dessa felicidade suprema, dessa felicidade irretocável. A verdadeira felicidade que provêm não da satisfação pessoal, mas que é alcançada simplesmente por viver no mundo de Deus.

Esse estado de espírito é algo que o ser humano não consegue sequer imaginar. Não consegue saber o que é viver nessa felicidade porque nunca procurou isso. A briga da vida sempre foi na busca das quatro âncoras que estudamos.

A vontade de ganhar sempre estando com a razão. Sempre fazer com que as coisas saiam da forma que o ser humano quer. Essa busca da fama, do elogio fácil, da satisfação sempre leva ao sofrimento.

O prazer é uma armadilha na vida do espírito na carne. Ele se torna dependente do prazer como o viciado do tóxico se torna depende desse, porque todo espírito sonha em ser feliz, mas confunde a felicidade com o prazer.

Essa felicidade que eu quero falar hoje independe de satisfação, de conceitos, de verdades. Ela existe por amor a Deus, pela fé, confiança e entrega total em um Pai que é o Senhor Supremo do universo.

Imagine, só para vocês terem uma ideia do que é essa felicidade, sua vida sem nenhuma dificuldade financeira, sem nenhuma dificuldade amorosa. Imagine uma vida vivida nos mínimos detalhes de acordo com o que você pensa. Imagine uma vida sem contrariedades. Imagine acordar de manhã com um sorriso e ser recebido por todos com um sorriso e um abraço. Essa é a vida do espírito.

Essa é a felicidade que nós estamos falando. Essa é a busca de todos, mas o caminho para conquistá-la é diferente do que vem sendo trilhado pelo ser humano.

Para se viver essa felicidade seria preciso que o universo inteiro se transformasse, se mudasse. Aquele que acorda de mau humor teria que acordar de bom humor, quem lhe cobra caro pelo material dos seus sonhos deveria cobrar barato ou quem lhe dá dinheiro deveria dar mais. Aquele que já não sente por você o que sente por ele deveria mudar: deveria voltar a sentir a mesma coisa.

Toda essa mudança no mundo teria que acontecer para que você entrasse nessa felicidade universal. Infelizmente isso nunca poderá acontecer. Nunca poderá acontecer porque existe uma coisa que impede que isso ocorra: o livre arbítrio.

Deus deu a cada um o livre-arbítrio de gostar, sentir e recompensar à sua vontade. Mudar o outro seria quebrar esse livre-arbítrio que Deus deu a cada um, ou melhor, querer ser filho único de Deus. Querer que os outros não tenha o direito que você quer ter: de gostar, fazer, querer e achar o que quiser.

Só por isso que o universo nunca poderá ceder aos seus caprichos ou as suas vontades. Por isso a felicidade não pode ser alcançada dessa forma. É preciso que compreendamos que o espírito é um grão de areia em uma praia. Igual a ele milhares de grãos estão na praia.

É Deus, o mar, que movimenta esses grãos pra onde Ele sabe que será mais útil. Concedendo a cada filho o livre arbítrio, sem tomar isso que deu a cada um, Deus vai administrando a vida para que os seres possam compreender que a felicidade nunca será alcançada pela suprema arrogância de querer ser o senhor do universo. Aquele que busca o prazer é como um grão de areia que quer dizer ao mar onde ele deve quebrar, para onde deve arrastá-lo.

Essa felicidade vem não da satisfação, mas vem utilidade. O espírito que abre mão dos seus conceitos, da sua sabedoria, dos seus desejos, começa a compreender a ação de Deus e pode se transformar em mais útil ao Pai do que simplesmente um grão contestador, que quer dizer ao Pai onde ficar.

Essa é uma felicidade onde tudo acontece da forma que queremos, mas não porque acontece da forma que queremos, mas, como não temos mais quer, tudo que acontece como nós queremos.

As duas situações não serão iguais na forma. Os acontecimentos poderão ser diferentes, mas o espírito não terá mais nada para poder julgar. A felicidade está na entrega total a Deus, no fim do julgamento, que é o grande problema do espírito.

Não existirá felicidade enquanto Deus não for o Senhor do universo para cada um. Enquanto se adorarem ídolos e não estamos falando de outros deuses ou mestres, mas adorar a si mesmo como ídolo, como aquele que sabe tudo a felicidade não poderá ser alcançada.

A hora do nosso trabalho se acaba, mas a hora do trabalho de cada um começa. Uma vida pela frente para se buscar essa felicidade universal.

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