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Participante: então não tenho o livre arbítrio?
Tem. Você tem o livre arbítrio de viver a realidade ou viver a fantasia. Você escolhe. Agora, o que irá fazer à outra pessoa, não tem como escolher.
Participante: mas a vida é que impõe tudo, então?
Não é a vida que impõe. Falaremos disso também. Na verdade, a vida lhe é apresentada.
Participante: não posso modificar a vida?
Não. Acho que ter esta noção deveria ser um ponto pacífico na existência de vocês.
Costumo dizer que se pudesse modificar a vida jamais ficaria doente e tudo aconteceria do jeito que quer. Por conta da sua onipotência, deveria não haver mais guerras no mundo, todos seriam bons.
A vida é assim? Acho que não. Apesar de imaginar que pode comandar ou alterar os acontecimentos que desfilam à sua frente, a sua vida não acontece dentro daquilo que imagina ser o melhor para você.
Sendo isso verdade, só posso dizer que não pode agir externamente alterando a vida para aquilo que quer. Se tivesse uma varinha de condão e conseguisse mudar tudo, diria que tem a capacidade de mudar. Como não tem, digo que tem que viver o que a vida lhe apresenta.
Além do mais, a questão de que não consegue modificar a vida fica muito clara quando observamos que há coisas que quer mudar, planeja como mudar, age dentro desse planejamento, mas o resultado final não acontece como esperado. Quando vê, a vida se apresentou completamente diferente do sentido com o qual agiu.
Participante: falo apenas da minha vida.
E eu estou falando da sua vida unicamente.
Unicamente na sua vida se pudesse agir livremente só viveria o que gosta, o que considera como bom para si. Como não é assim que ela transcorre, digo que não consegue modificar a vida que lhe é apresentada.