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Pergunta 0922: A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens? Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.
Estamos falando de um padrão de felicidade e o Espírito da Verdade divide este padrão em dois campos distintos: relação a vida material, onde ele é composto pela posse do necessário e com relação à vida moral, onde a consciência tranquila e a fé no futuro criam as condições para que o ser humanizado atinja a felicidade incondicional. Vamos falar de cada um deles.
A posse do que vocês acham necessária para uma vida material poder ser considerada como feliz?
Participante: isso é relativo a cada ser. Para mim, que estou pouco evoluída, é preciso muito…
Esta visão está perfeita, mas sabe realmente o que é necessário para você viver? O que você tem, o que já está sob sua guarda. Se não fosse assim, você já teria ‘morrido’ por causa da falta do que não tem…
Isso é real, mas os seres humanizados não veem desse jeito, ou seja, não acham que o necessário é o que eles têm e por isso querem sempre mais. Por que isso? Porque não amam o que têm.
O problema não é ter ou não, mas viver o que tem com amor e não desejar outras coisas. Viver amando tudo o que tem pode lhe garantir uma vida material feliz, mesmo que para os outros lhe falte algo. Eu não quero usar os termos ‘contenta’ ou ‘satisfaz’, mas se você dá o Real valor ao que tem (‘que bom que tenho isso…’), para que querer ter mais?
Se você, por exemplo, não tem um automóvel, mas dá o Real valor ao ônibus ou trem que anda, ou seja, o ama porque ele é um instrumento que lhe leva de um lugar a outro, você é feliz, mesmo não tendo carro. Agora, se você transforma o seu veículo próprio em algo necessário – falei transforma, porque ele não é necessário, pois para lhe transportar você já tem o ônibus – sofrerá. Se você tem uma televisão pequena e a ama, não irá querer ter outra.
É por isso que o Espírito da Verdade padroniza a felicidade material na posse do necessário. Mas, com isso, ele não está criando um padrão para todos, mas afirmando que para cada um o necessário é aquilo que ele tem. Quando você compreender que o que tem é o necessário para viver, poderá, então, silenciar a paixão e o desejo de novas posses que são consideradas como necessárias e aí poderá ser feliz.
Desta forma, podemos compreender que o primeiro elemento do padrão de felicidade ensinado pelo Espírito da Verdade, o material, se restringe a amar tudo o que se têm e não querer mais nada, ao invés de se estabelecer valores materiais que sejam considerados mínimos pela sociedade. .
E o segundo elemento do padrão para ser feliz, ou seja, para a vida espiritual, o que é necessário para que a felicidade exista? “A consciência tranquila e a fé no futuro”.
Qual é a consciência tranquila? Que consciência tranquila você pode ter nesta vida? Quando os paradigmas da lei de Deus são colocados em ação por você.
Quando você ama a Deus sobre todas as coisas é feliz, não importando o que faça. Se ao praticar atos, participar de ações, você está em paz na sua relação com Deus, será sempre feliz. Assim também é quando estiver em paz no seu relacionamento com o próximo, ou seja, quando viver para servi-lo e não para se servir dele, também alcançará a paz.
Vivendo dessa forma, ou seja, amando tudo o que tem e não se prendendo ao desejo de ter mais; vivendo o amor a Deus e o serviço ao próximo como objetivo de vida, você, com certeza, alcançará a felicidade no mundo carnal
Mas, há mais uma coisa que o Espírito da Verdade fala que é preciso para alcançar esta felicidade: a confiança no futuro.
Sem você não acreditar que é um espírito, filho de Deus, sendo guiado por verdes campos para um futuro promissor, espiritualmente falando, não conseguirá jamais ser feliz (estar em paz com Deus, com o próximo e com o que tem sem desejar mais nada) porque exigirá agora, nesse momento, durante esta vida, a realização de suas vontades.
Lembre-se: quando há um desejo, fruto de uma paixão, a felicidade acaba.