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Falamos dos relacionamentos temporários, de onde eles surgem. Agora quero falar um pouco sobre a escolha dos seres com os quais o ser humano se relaciona profunda e duradouramente. Vou dar um exemplo.
Digamos que um espírito antes da encarnação escolha vencer o nervosismo para poder amar a Deus acima de todas as coisas. Para fazer essa prova, precisa estar exposto ao nervosismo. Faço essa afirmação porque a prova é vivenciar situações onde é possível a escolha da emoção que o ser quer vencer. Só quando isso acontece, ele pode vencer alguma coisa. Por isso, é preciso que haja um agente que pratique acontecimentos onde esteja presente a possibilidade se viver o nervosismo. Aí cabe a você optar por essa emoção ou não.
É por isso que os seus parentes e seus amigos duradouros são escolhidos a dedo antes da encarnação. Eles são agentes do que você precisa provar a Deus que é capaz de vencer.
Para facilitar a compreensão uso o seguinte exemplo: marido bagunceiro casa com mulheres arrumadas. O marido é agente carmático da mulher e ela dele. Nesse caso, a mulher veio arrumadinha porque precisava provar a si que era capaz de abrir mão da sua organização. O marido com sua bagunça, então, torna-se o instrumento capaz de dar a ela tudo o que precisa para poder fazer o que veio fazer. O contrário é verdadeiro: o homem é do jeito que o espírito precisa para fazer sua provação e a mulher é diferente para que possa ser o instrumento gerador da situação da prova.
Só que abrir mão daquilo que se é não se trata de fazer o que o outro quer. Como disse, a igualdade do amor não existe quando alguém se transforma no original que precisa ser copiado, mas em dar ao próximo o direito de ser quem é. Por isso, a vitória do homem bagunçado não se consiste em tornar a mulher igual, mas ser bagunceiro e dar a ela o direito de ser organizada. O contrário é verdadeiro: a vitória da mulher existirá quando ela continuando ser organizada, dá ao homem o direito de ser bagunceiro.

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