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No final do item anterior falamos claramente qual deve ser o trabalho para a reforma íntima. Agora quero falar de mais um detalhe importante: a reforma não deve acontecer só com o outro, mas deve ser também executada com você mesmo.
Todas as religiões transmitem a necessidade do ser humanizado vigiar seus atos e se auto punir quando praticar aqueles que são contrários às suas leis. Mas, se não há erros, ninguém erra. Isso serve para os outros, mas também para você. Ou seja, você não erra jamais quando age com os outros.
Por este motivo, a reforma íntima não pode passar pela visão do erro próprio nem pela auto punição por atos praticados. Tudo que é praticado é porque Deus comandou aquele ato, daquela forma, naquele momento.
Não adianta se auto acusar, pois isto não levará à reforma íntima.
No livro “Jesus no Lar” (psicografado por Chico Xavier), o espírito Neio Lúcio relata uma história contada por Jesus em uma de suas reuniões em Cafarnaum. Nela o mestre exemplifica como o diabo conseguiu neutralizar as ações de um servidor de Deus que atuava em uma cidade repleta de pecadores.
Para conseguir seu intento, o diabo pediu sugestões aos seus subordinados. A primeira foi despojar o servidor de Deus de seus bens, mas o chefe afirmou que isto seria libertação para esse servo. A segunda foi castigar a sua família, mas segundo o senhor do mal, isso só traria mais união.
Outras sugestões foram dadas e sempre repelidas pelo diabo: flagelar o corpo não daria certo porque traria mais fé; caluniá-lo ou matá-lo não adiantaria, pois o tornaria um herói e mais almas seriam perdidas para o inferno. No entanto uma das sugestões pareceu exequível ao diabo: mostrar ao servo de Deus o quanto ele era pequeno, apontando as suas imperfeições.
O plano foi posto em prática e os capetas por ordem do chefe insuflaram esta ideia na mente do servo do Senhor. Este, julgando-se incapaz para o trabalho divino tendo em vista suas imperfeições, acabou encarcerando-se em seu próprio quarto, cheio de vergonha e humilhação, deixando de divulgar a fé no Pai, até perecer.
Embasando-me neste ensinamento do mestre posso, então afirmar que nenhum ser universal humanizado conseguirá realizar a reforma íntima acusando-se ou julgando-se. Se o resultado deste processo é viver no amor universal, isto não pode ser conseguido com a auto acusação, pois ela só traz sofrimento.