Já falamos até aqui sobre morte, vida, estar vivo e estar morto. Já falamos sobre viver a verdade relativa e que só nela se vive a felicidade e explicamos o que é ser feliz. Acho que agora dá para ter uma noção bem forte do que vamos conversar.
Vamos falar daquilo que lhe tira da realidade, que leva a uma realidade fantasiosa, a uma fantasia individual. Prossigamos, então, na nossa viagem para aprender a fugir dos assassinos.
Em um determinado momento falamos que a vida é apresentada. Como isso acontece? Através do pensamento.
É através do pensamento que a vida é apresentada. É o pensamento que cria a vida, tanto faz a real como a relativa.
Sim, até a vida real é apresentada pelo pensamento. Vamos entender isso.
Apesar de até agora ter falado que a vida real é aquilo que consegue perceber, afirmo que acha que está vendo a tela do computador, mas isso não é verdade. Você não está vendo: há um pensamento criando a ideia de que a tela está sendo vista.
Para explicar isso me deixe voltar a escola acadêmica. Lá nos foi ensinado que no mundo externo existem energias. Elas penetram no ser humano através da retina e são levadas até o cérebro. Só nesse momento surge a figura que está sendo percebida.
Na verdade, o olho não vê figura, mas apenas energias. Isso é o que diz a ciência humana.
O olho vê energia. É a mente que, através de pensamentos, forma a imagem. Esse processo é a apresentação da vida a vocês. O pensamento cria a imagem percebida, ou seja, cria a vida. O pensamento transforma ondas eletromagnéticas em palavras. Da mesma forma não ouve palavras, mas sim ondas eletromagnéticas.
Portanto, é o pensamento que apresenta a vida a vocês. Acontece que esse mesmo elemento que cria a vida é quem leva à morte. Vamos entender isso.
São dois tipos de pensamento: um que forma imagens e outro que é discursivo. Se o formador de imagens traz a realidade, o pensamento discursivo traz para a realidade os assassinos.
O pensamento imagem apenas apresenta a vida, apresenta a realidade real do seu mundo. Já o pensamento discursivo é o que enche o seu mundo de ilusões, de elementos para acabar com a sua paz e a sua harmonia.
É o pensamento discursivo que mata. Sobre ele, uma coisa precisa ficar bem clara: esse pensamento vem a você. Não há forma de comandá-lo, quer seja sobre o que cria como ter ou não.
Você não consegue comandar o pensamento, quer seja ele discursivo ou formador de imagens. Por quê? Porque são eles que apresentam a vida que vocês têm para viver. Como não controlam suas vidas, como já conversamos, posso afirmar que não conseguem controlar o pensamento.
Então, aí está de uma maneira geral nosso trabalho de agora. Vamos conversar no sentido de buscarmos aprender a viver. Viver o que? Viver apenas o que o pensamento que nos forma imagens traz.
Para isso vamos conversar sobre o pensamento discursivo analisando os elementos que o compõe para podermos não aceitar – e repare que não falei em mudá-lo – o que diz. Isso é importante de ser feito porque, apesar de imaginar que não, na verdade a sua aceitação pelo que é dito pelo pensamento discursivo existe sempre.
Você poderia me dizer que não aceita o pensamento algum. Que ele vem espontaneamente. No entanto, afirmo que existe uma aceitação tácita do que é afirmado quando você não reage contra o pensamento discursivo.
Porque não reage contra o pensamento? Porque acha que é você que pensa.
Será que até hoje não repararam que quando estão andando na rua ou mesmo parado dentro de casa as imagens se formam e logo depois vem um pensamento aplicando valores àquilo que foi visto? Será que até hoje não repararam que isso acontece espontaneamente e que não conseguem ter controle algum sobre o nascimento dessas ideias? A consciência sobre as coisas que aparecem na vida sai do nada, surge.
Sendo assim, não é você quem pensa, que acha, que sabe. Se não pensa, o pensamento lhe é apresentado e se isso acontece, tem condições de negá-lo.
Quando falei isso com algumas pessoas que estiveram comigo essa semana, me perguntaram: tenho este poder? Afirmei que sim e disse que essa questão está presente inclusive nos ensinamentos dos mestres da humanidade.
Você tem o poder de escolher aceitar o que fala o pensamento discursivo ou não. Ou seja, pode escolher se deixará se matar ou continuará vivo. Para bem exercer essa opção precisa conhecer o poder destruidor do pensamento e é isso que faremos.
Vamos conhecer o poder destruidor do pensamento discursivo que mata. Vamos conversar sobre diversas forças que ele usa para lhe matar.
No entanto, antes de entrarmos nesse conhecimento você precisa saber que é o pensamento formador de imagens que traz a vida e que é o discursivo que leva à morte. Precisa ter a consciência de tudo que é discursivo forma um mundo individual, um mundo relativo, falso. Precisa saber que se viver o que lhe é apresentado como realidade por este pensamento lhe leva a ter armas para guerrear e por isso você não consegue entrar em harmonia com todos.
