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Vocês não têm uma vida humana, não vivem uma vida humana. Quem vive a vida humana é a mente.
A mente é quem vive a vida que você chama sua.
A vida não é sua: é da mente. Não é você que está aqui, mas a mente; não é você que lê, mas a mente. Você é quem? Não sei. Está onde? Não sei. Está fazendo o que? Não sei.
Você não dirige, mas sim a mente. Melhor: a mente é a ideia de estar dirigindo, pois não há um ato de dirigir. O que existe é uma ideia de estar dirigindo. Você, além de não ver o que ela cria apenas como uma ideia, acha que é você que está fazendo.
Você não faz, não é e não está. Tudo são elucubrações mentais, criações da mente.
Nenhum de vocês está me ouvindo agora, mas sim a mente. Quem está na frente do computador é a mente. Quem o desligará é a mente. Ou melhor, ela vai criar a ideia de estar desligado, já que ninguém desliga nada. Não há ações a serem feitas.
Vou falar uma palavra que já falei para não ser usada, mas que preciso fazer isso agora. No trabalho ‘Conhece-te a ti mesmo‘, quando fomos explicar o ego, a primeira coisa que falei foi o seguinte: para entender e realizar qualquer coisa é preciso assumir a dupla personalidade, você e o ego. No caso de agora, precisa assumir a dupla personalidade você e a mente.
É preciso distinguir muito bem quem é você nessa história e quem é mente para poder alcançar a elevação espiritual. Quem é a mente nessa história? Tudo aquilo que você diz que é você. Quem é você? Nada que possa saber. A única coisa que pode saber é que você não é o que a mente é.
Por isso falo em não compactuar com a mente. Mas, isso deve ser feito a nível geral, ou seja, tudo, e não pontualmente. Você não dirige, não anda, não faz sexo: tudo isso é a mente que faz. Apenas quando não aceita que é a mente que está fazendo é que é você quem faz.
Como o espírito pode fazer sexo se ele não tem órgão sexual? Como você, o observador pode fazer sexo se é um ato físico e você não é corpo que veste?
Você não faz nada. Na verdade, só tem uma coisa a fazer: observar a mente e compactuar ou não com ela. Quando compactua é que ilusoriamente imaginará que é você que está fazendo o que ela faz.