Participante: na sua orientação o senhor mudou…
Não mudei a doença de forma alguma.
Participante: sim, o senhor não mudou os sintomas, mas a visão que tinha sobre a doença.
Não, não mudei nem a visão que se tem sobre a síndrome do pânico. Continuei dizendo que é uma doença horrível, que causa muito sofrimento. Não mudei isso. A única coisa que fiz foi atacar a ideia do ser humanizado que imagina que pode mudar o que está acontecendo.
Na verdade o que faz o ser humanizado sofrer não é o que está acontecendo, mas o fato de não querer viver aquela realidade. Por causa disso quer mudar o que está vivendo. Como não consegue, sofre. Isso se chama contrariedade.
Portanto, o que precisamos fazer para ajudar as pessoas é leva-las a acabar com a contrariedade. Isso se faz da seguinte forma:
‘Você não gosta que sua vizinha faça fofoca com seu nome? Vá lá e diga a ela que pare. Acha que se fizer isso irá parar? Claro que não. Então se conscientize de que não adianta nada ir lá, pois não conseguirá fazê-la agir de forma diferente. Ora, se não pode fazer isso, o que pode fazer? Aprender a conviver com a fofoca que ela faz, sem sofrer com isso’.
Como se faz isso? Extinguindo-se a contrariedade. Sem ela, não há porque sofrer.