É essa a nossa intenção: colocar em palavras o trabalho para ser feliz para que comecemos a pensar a vida.
Estamos muito acostumados a viver a vida no caminho para o qual ela nos empurra. Quando vemos um produto na televisão que está em oferta só amanhã, saímos correndo para comprar e ficamos 48 ou 24 meses sofrendo para pagar, reclamando da falta de dinheiro. Com isso, o que foi comprado não traz felicidade. Pelo contrário, vira motivo de sofrimento.
Porque não tivemos paciência? Porque não fomos aos poucos guardando dinheiro dentro de nossas possibilidades? Porque não sabemos esperar, acalentar o sonho, sem ter a ansiedade de possuir rapidamente? Porque somos infantis. Somos como crianças que batemos o pé e temos que ter o que queremos na mesma hora.
O ser maduro é aquele que não deseja o que deseja: ‘eu quero, mas não tenho como comprar. Então, vou esperar o dia que puder comprar, vou esperar a hora certa para a coisa chegar sem afetar a minha felicidade, a minha paz, vou esperar a hora da coisa acontecer’.
Não dar um passo maior que a perna, é por aí. Saber agir dentro da sua realidade. Ser maduro o suficiente para não comprometer a sua felicidade para satisfazer o seu desejo.
O que estamos ressaltando com essas conversas é que o buscador da felicidade é extremamente frio, extremamente lógico com o viver a vida. Ele sabe que não dá para viver a vida como uma criança mimada.
Não estou falando em ser calculista, mas sim frio e lógico dentro das situações da vida. Precisamos ser maduro no lidar com a vida, em vez de agir como uma criança.
A criança é aquela que sai correndo querendo tudo do mundo; o maduro é aquele que sabe que tudo na vida tem a sua hora de chegar e espera a coisa chegar.
Outro dia falei de sonho e uma pessoa disse: dizem que sonhar é uma coisa importante. Sim, sonhar é uma coisa importante, mas o problema é que sonhamos como crianças. Criança é aquela que acorda de manhã no dia seguinte e pensa que vai acontecer aquilo que quer, aquilo que sonha em ter ou fazer.
Sabe qual o pior sonho? É jogar na megasena e já sonhar como vai gastar o dinheiro. O buscador da felicidade não trabalha assim; ele é maduro. Por isso diz assim: ‘eu só fiz o jogo, não sei se vou ganhar, não sei o que vai acontecer. Vou esperar ganhar para ver como vou gastar o dinheiro’. Os infantis, por causa da ansiedade e por sonhar, acabam gastando dinheiro antes do prêmio chegar.
É a questão da paciência que já falamos. É preciso que se tenha paciência para viver como um ser maduro.
Nos consideramos adultos, maduros, mas somos iguais a crianças, pois vivemos sonhando: ‘amanhã vai dar tudo certo no meu trabalho. Vou chegar lá e todo o mundo vai me dar beijinhos. Não terá ninguém que vai me olhar torto’.
Quer mais? Quem sai de casa e pensa que vai chegar onde está indo? Todos acham que porque saíram para ir a tal lugar com certeza chegarão lá. Mas, podem não chegar. Tem muita gente que sai e não chega.
Não dá para viver a vida de uma forma infantil, imaginando que existe uma fada atrás da gente, o anjo da “boca mole” que vai dizer amém a tudo o que a gente quer.
Aquele que busca a felicidade vive a vida de uma forma madura: ‘agora vou sair, se vou chegar não sei’, ‘quero comprar isso, agora não tenho dinheiro. Não vou correr, não vou me endividar para comprar. Gostaria muito de ter, mas não tenho condições de ter. No dia em que tiver, compro e aí vai ser bom’.