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“Não julguem os outros para não serem julgados por Deus. Porque Deus os julgará do mesmo modo que vocês julgarem os outros e usará com vocês a mesma regra que usarem com os outros”. (Mateus – 7,1)

Para se conquistar a mudança interior que leve ao abandono do poder que o ser humano imagina possuir, ele não pode estacionar (viver a vida dentro da estabilidade humana). É preciso fazer algo diferente do que os demais que não querem reformar-se fazem.

Eu afirmo que este algo mais que deve ser feito é se alcançar a consciência do sofrimento que se causa aos outros quando o ser humanizado qualifica ou critica o próximo. Só com a consciência plena do sofrimento causado, o espírito pode mudar-se.

No entanto, como já vimos, tomando a consciência do quanto fere o próximo, o ser humanizado não precisa se acusar do que fez. O resultado desta análise deve se transformar apenas numa constatação do sofrimento que causou a outro e não numa auto acusação.

Justamente por causa da consciência do sofrimento que se pode causar quando se acusa o outro é que afirmo que Deus não acusa ninguém, pois Ele, não quer causar “mal” aos seus filhos.

Mas, não é com esta consciência que o ser humanizado vive. Muitos atribuem valor de castigo de Deus aos acontecimentos de sua vida que não gostam. Saibam estes: o Pai não castiga ninguém. Tudo o que Ele faz acontecer para os seus filhos é o mesmo que estes causaram a outros…

Todos os acontecimentos da vida, mesmo aqueles que o ser humano encontra motivos de sofrimentos, não são castigos que Deus aplica, mas ensinamentos que o espírito recebe do Pai para que ele alcance a consciência do sofrimento causado ao irmão. O objetivo de Deus não é penalizar ou levar o mal, mas dar a um ser universal humanizado a consciência do sofrimento que o outro passou quando foi julgado ou criticado.

Sem entender a Causa Primária com esta consciência, o ser humanizado não consegue alterar a sua forma de viver os acontecimentos da vida, ou seja, não promove a reforma íntima.

O espírito que não consegue entender a situação como um ensinamento (algo positivo) oriundo do Pai acusa o agente de Deus de ter feito mal, de causar ferimento e sofrimento.

É preciso deixar de acusar os outros de fazerem o mal, de nos trazerem sofrimento e dor e perceber que Deus, por amar seus filhos, age sobre todos, igualmente, através do ensinamento!

Esta informação visa mostrar ao ser humanizado que em algum momento de sua existência eterna (encarnado ou não), ele utilizou o poder que imagina ter e acabou transmitindo sofrimento para alguém. Não estamos com ela afirmando que este ser é culpado, mas apenas constando que tudo que acontece na existência de um espírito é oriundo de um momento anterior (causa e efeito).

Conscientizar-se do sofrimento que se causa aos outros, além de mudar a geração do carma, é o que faz acontecer a reforma íntima. A acusação ou a criação da obrigatoriedade do cumprimento de determinada lei que obrigue o ser humano a ser bom de nada vale para amenizar a dor própria nem para elevar-se. 

Não adianta se criar uma doutrina baseada em um código de leis e afirmar que os fiéis devem segui-la: é necessário que ela transmita os instrumentos necessários para que o fiel atinja a consciência do sofrimento que causa ao próximo.

Da mesma forma, simplesmente seguir a lei não elimina o seu sofrimento que acaba com a sua simplicidade. Isto porque aquele que deixa de fazer alguma coisa porque é proibido, mas que ainda tenha a vontade de fazer, sofre.

Enquanto o ser humanizado não deixar de fazer alguma coisa por consciência, não conseguirá fazer a sua reforma.

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