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(Gálatas 1,11)

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Irmãos, afirmo a vocês que a Boa notícia do Evangelho que eu anuncio não é invenção humana. Não a recebi de ninguém, e ninguém me ensinou, mas foi Jesus Cristo mesmo que a revelou a mim.

Vocês ouviram falar do que costumava fazer quando praticava a religião dos judeus. Sabem como eu perseguia com violência a Igreja de Deus e fazia tudo para destruí-la. Fui um dos judeus mais religiosos do meu tempo e procurava seguir com todo o cuidado as tradições dos meus antepassados.

Porém Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo. E, quando ele resolveu me revelar o seu filho para que eu anunciasse aos não-judeus a Boa notícia a respeito dele, não fui procurar conselho de ninguém. E também não fui a Jerusalém para ver os que eram apóstolos antes de mim. Ao contrário, fui para a região da Arábia e depois voltei a Damasco.

Paulo começa este trecho falando uma coisa que é interessante saber e que muitas vezes é esquecida: os quatro evangelhos canônicos foram escritos por seres humanos, ou seja, tiveram a influência de egos humanos.

Se prestarmos atenção no evangelho de Lucas, por exemplo, veremos que é muito mais detalhista na hora da morte do Cristo do que os outros. Isto é desta forma porque esse evangelista era médico de formação. Por achar que sabia o que estava acontecendo dentro do corpo humano, foi mais detalhista nesta passagem.

Mas, Paulo não. Esse apóstolo não ouviu materialmente de Cristo a informação para a elevação espiritual. Ouviu, como estudamos em outra carta, no mais alto céu para onde ele foi levado depois de ser chamado pelo Cristo.

Dessa forma, as interpretações de Paulo são mais positivas, no sentido espiritual, do que as trazidas pelos demais evangelistas. Isso é importante ficar bem claro.

Paulo pode não citar ensinamentos de Cristo porque não leu os evangelhos que, aliás, não estavam prontos enquanto ele estava vivo. Ele ouviu alguns ensinamentos de outros apóstolos, mas muitos poucos, já que não se dava muito bem com os cristãos de Jerusalém que haviam convivido com Cristo. Tudo lhe foi revelado pelo Cristo espiritualmente.

Isto é muito importante ficar compreendido, pois para muita coisa que estou afirmando vocês podem estar pensando: ‘ah, mas Marcos e Mateus falaram diferente’. É preciso lembrar que os quatro evangelistas cujos livros estão na Bíblia viviam como seres humanos e foram influenciados por essa humanização ao escrever os seus evangelhos.

Além disso, é preciso lembrar também que eles não conviveram com Cristo, mas escreveram seus evangelhos a partir de narrativas dos apóstolos que conviveram com o mestre.

Nem Marcos, Mateus, Lucas ou João seguiu Cristo. Eles escreveram pelo que os outros apóstolos falaram. Eles não ouviram os ensinamentos diretos de Cristo.

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