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“Em marcha! Anunciai o Evangelho do Reino. Não imponhais nenhuma regra, além daquela da qual eu fui o Testemunho. Não ajunteis leis às dadas por Aquele que vos deu a Tora a fim de não se tornardes seus escravos”. (Evangelho Apócrifo de Maria Miriam de Mágdala – Pág. 8 e 9)
Todas as coisas que o ser humano acredita são oriundas do poder de querer ser que acabou com a simplicidade do espírito. Promover a reforma íntima é parar de encontrar bem ou mal, certo ou errado no que os outros praticam ou no que você mesmo pratica.
As crenças que o espírito humanizado possui estão vinculadas as leis que o ser humano cria para balizar os seus critérios de bem ou mal, certo ou errado.
O poder que o espírito universal humanizado imagina ter lhe dá a ideia de possuir o livre arbítrio: ele imagina que faz as coisas por vontade própria. Entretanto isto não é verdade: ele se submete a leis humanas para vivenciar os atos da vida.
Ele deixa de fazer algo que tem vontade porque é feio, é mal, é errado. Na verdade, o ser humanizado não vive o que quer, mas se submete às leis que a humanidade cria e que balizam o que está em um ou noutro polo dos binômios.
Portanto, o ser humanizado, por mais que ache o contrário, não tem vontade própria, não faz o quer: não possui liberdade alguma para praticar atos. Ele se transforma em um escravo das leis que promulga para julgar os outros, como disse Cristo neste trecho do Evangelho de Maria que reproduzimos.
Essas leis são individuais, ou seja, oriundas do poder que cada um imagina que possui. Mesmo as leis ditas universais, são adaptadas por cada ser humanizado gerando uma maior ou menor necessidade de cumprimento. Ou seja, cada um concorda com a lei de acordo com o que quer e, com isso, cria a sua própria lei baseada em outras.
É o caso de momentos onde, apesar de uma haver uma lei humana afirmando que aquilo não deve ser feito, o ser humanizado encontra justificativas para fazer. Neste momento, o que antes era errado, para aquele ser humanizado, passou a certo.
Por isso afirmo: mais do que se basear nos códigos legais existentes, o ser humanizado, ao escolher quando e no que acreditar, cria um código de legislativo individual que se adapta ao pretenso poder de julgar o certo.
Por isso afirmo: a reforma íntima tem que começar pelo fim das leis individuais de cada um. Tudo o que for lei para você não pode existir, se quiser se reformar. Enquanto houver lei individual não há reforma íntima.
A reforma íntima não deve começar pelas grandes observações, mas por quebrar aquelas pequenas leis que os seres humanos chamam de hábitos.
A reforma íntima deve começar pela alteração do pé que primeiro encontra o chão ao se levantar; tendo o hábito de fazer determinada coisa com a mão direita, comece a fazer com a esquerda…
Todo hábito é o cumprimento de uma lei individual e o ser humano só conseguirá deixar de cumprir as leis maiores, que balizam procedimentos mais complexos, se acabar com os hábitos menores. Só assim se consegue fazer reforma íntima: mudando as leis que cada um cria para si mesmo.