O segundo fator que compõe a base da reforma íntima é o ecumenismo. Em uma rápida visão podemos encontrar que o significado da palavra ecumenismo é a fusão das religiões existentes.
No entanto esta fusão nunca será alcançada no planeta. Para entender esta afirmação, apesar de já termos abordado superficialmente o tema, comecemos por compreender as religiões.
A palavra religião origina-se do termo religação com Deus, com o divino. Ou seja, uma religião é um caminho para a religação com Deus. O objetivo máximo de cada uma deveria ser auxiliar o ser encarnado a alcançar o Ser Supremo, mas infelizmente isto não é realidade.
Toda religião foi criada a partir do ensinamento de um mestre enviado por Deus. Estes, na verdade, não agiam como individualidades, mas representavam o Ser Eterno como se Ele fosse.
Na religião hindu, por exemplo, Krishna é considerado como a Suprema Personalidade de Deus. Para os seguidores desta religião existe o Deus impessoal e o pessoal, ou seja, Aquele que se confunde com o todo e aqueles que O representam dentro de uma matéria densa. Brahma é o Deus impessoal, aquele que não possui materialidade alguma e Krishna a encarnação desta Personalidade.
Este é o mesmo sentido da Suprema Trindade dos católicos: Deus, Cristo e o Espírito Santo. Todos fundidos em um só, mas como personalidades diferenciadas. Cristo é a Suprema Personalidade de Deus encarnada para os cristãos, assim como Krishna é para os hindus.
Este deveria ser o entendimento e ele poderia levar as religiões a auxiliar os espíritos a religarem-se ao Ser Supremo, mas, no entanto elas agem de forma diversa. Cultuam a personalidade encarnada de Deus (o mestre) por si só, gerando desta forma um ídolo.
Somente por este fato em si, o primeiro mandamento da lei de Moisés já foi ferido: “amarás apenas a Mim, o Deus Eterno e mais nenhum ídolo”. Alcançar Deus através do mestre é uma postura, mas canonizar-se o mestre como o próprio Deus, transferindo o poder do Senhor para o empregado gera ídolos que ferem as leis universais.
Por isto Cristo jamais afirmou que ele era a realização dos espíritos humanizados, mas um caminho para se chegar a Deus. Todos os mestres compreenderam esta verdade e a transmitiram, mas as religiões transformaram-nos em objetivos a serem alcançados.
Por isto falamos que a fusão das religiões como hoje pretendida por parte da humanidade é impossível. Enquanto o amor a Deus não for superior à idolatria aos mestres isto será impossível.
O ecumenismo que o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL prega é mais do que apenas a fusão das religiões, mas a religação direta com Deus. Ensinar os seres humanizados a amarem profundamente todos os mestres como irmãos em missão do Pai, mas também que todo louvor seja ao Senhor Eterno.
Apenas quando o ser religar-se diretamente ao Senhor, sem a idolatria aos mestres, compreenderá a reforma íntima que necessita promover durante a existência carnal.
Mas, qual será a base desta religação? Quais serão os ensinamentos que devem ser seguidos, uma vez que existem discordâncias profundas entre as religiões? Para alcançarmos as respostas a estas perguntas, precisamos compreender as religiões.
Elas são formadas por duas partes distintas: o rito e o conjunto doutrinário. Toda religião possui um ritual que as caracteriza. No catolicismo temos a missa e os sacramentos; nas igrejas evangélicas os cultos; no espiritismo as reuniões, passes e contato com os espíritos desencarnados.
Tudo isto dá uma caracterização individual às religiões, mas o que realmente as distingue é a doutrina, ou corpo de ensinamentos que o ser religioso precisa respeitar e cumprir para poder ser aceito como pertencente a esta ou aquela religião.
Os rituais servem para a religação propriamente dita. Cada uma possui o seu próprio ritual: a missa, o terço, a oração, a evocação, a meditação, etc. Em todos eles o ser eleva o seu pensamento (altera a frequência vibracional) para ligar-se ao Ser Supremo.
Todos estes rituais conseguem, para aqueles que os praticam com fé, alcançar o seu objetivo. A religação pode ser feita tanto na santa missa quanto em uma gira de umbanda, porque todas as formas de oração foram criadas pelo Pai tendo em vista a diversidade de níveis de evolução dos espíritos encarnados.
Eles são obras de Deus criadas para auxiliar a miscigenação oriunda do grau de elevação de cada espírito que existe entre os encarnados. Por isto podemos afirmar que não é o rito em si o determinante para a religação com Deus, mas o fervor com que cada um se entrega a religação.
Por este motivo, não existe nada que deva ser alterado quando da alteração da base de vida do ser encarnado de religioso para ecumênico. O ser encarnado pode continuar frequentando o rito com a qual consiga maior ligação com o Deus.
No entanto, para o ecumênico uma coisa muda: ele dará ao próximo o direito de religar-se através do que rito que mais lhe convir. Isto porque o ecumênico compreende que não existe rito errado ou mal: todos levam diretamente ao Pai.
Não importa se o ritual seguido é um louvor silencioso ou se este se expressa através de atabaques. Se para a religação é necessária a utilização de imagens, velas ou qualquer outro instrumento material ou não: todo rito leva a Deus e é utilizado por aqueles seres que necessitam destes instrumentos.
Esta compreensão cessa com o julgamento e a crítica tão combatidos por todos os mestres e, portanto, é uma Verdade Absoluta.
É por isto que o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL não possui ritos próprios. Para a realização de sua missão ele adota todos os rituais de todas as religiões atualmente existentes.
No entanto, o mesmo não ocorre no tocante às doutrinas das diversas religiões: o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL as rejeita, preferindo buscar as Verdades necessárias para a promoção da reforma íntima diretamente na fonte, ou seja, no ensinamento dos mestres. Isto porque as doutrinas religiosas são apenas interpretações humanizadas dos ensinamentos dos mestres.
O livro Novo Testamento da Bíblia Sagrada, por exemplo, serve de base para católicos, evangélicos de todas as correntes e para os espíritas que seguem também o Pentateuco de Kardec. No entanto, cada uma destas religiões possui um corpo doutrinário completamente diferenciado da outra. Todas são formadas com a mesma letra (ensinamento escrito), mas compreendem-na de forma diferenciada.
Qual deve ser seguida? Há nos ensinamentos dos mestres autorização para utilizar imagem? Existe a reencarnação? Será que não existe realmente a ressurreição? É proibida a comunicação com os mortos? Enfim, são tantos pontos diferentes retirados do mesmo texto que, adotar-se um conjunto doutrinário de uma religião é o fim do ecumenismo e buscar fundi-los é impossível, pois todos se imaginam certos.
É por isto que o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL busca compreender os ensinamentos de todos os mestres de uma forma independente. Ele não rejeita os livros sagrados das religiões, mas vai buscar estudá-los de forma independente do ensinamento religioso.
Sempre que se vai ler alguma coisa, gera-se uma interpretação sobre o texto. O mesmo texto (Novo Testamento, por exemplo) é lido por católicos, protestantes e espíritas, mas cada um possui uma interpretação diferente. É claro que, quando o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL o relê, uma nova interpretação também é gerada.
Isto ocorre porque a interpretação de textos é feita a partir de embasamentos: cada um utiliza uma base de leitura que dá o sentido à mesma. Os evangélicos possuem uma base (verdades) e os espíritas outra e, por isso, alcançam interpretação diferenciada. Mas, existirá uma base que seja Verdade Absoluta? Quem está mais certo: evangélicos ou católicos?
O fiel da balança, aquele que pode dizer o que é Verdadeiro, é o próprio ensinamento. Qualquer interpretação que fira o próprio ensinamento contido no livro sagrado estará fatalmente viciado.
Por exemplo: um corpo doutrinário cristão (católico, evangélico ou espírita) que se diga o certo, ao se auto denominar desta forma fere ao próprio ensinamento de Cristo. Como apontar certo ou errado sem julgar o próximo, atitude que foi condenada pelo próprio Cristo?
Os corpos doutrinários das religiões não estão certos ou errados, mas viciados no materialismo do ser humano. Eles buscam o bem na Terra e não no Céu.
Querem trazer para o ser humano a satisfação, o prazer material ao invés de levá-los pela “estrada mais estreita”. Isto não é um erro porque todos os caminhos levam a Deus, mas um caminho viciado pelo individualismo.
Quando questionado sobre a “lei” (conjunto doutrinário dos hebreus) Cristo afirmou que da não lei não se tira uma vírgula nem um ponto, ou seja, que ela não pode ser alterada. No entanto, ele quebrou diversas leis e, justamente por isto, dentro da lógica humana aplicada pelos professores da lei, foi crucificado.
Cristo alimentou-se em dias proibidos, deixou de penalizar os faltosos, etc. Suas atitudes feriram o clero da época que decidiu, então, que aquele subversivo merecia um castigo. Porém, quando indagado pelos fariseus porque quebrava a lei explicou que agia desta forma porque Deus espera que sejamos bondosos e não que queimemos incensos a Ele.
Se pensarmos por este aspecto, o mestre não estava quebrando a lei. Para provar isto ele perguntou aos fariseus: quem de vocês não salvaria um animal em perigo de morte mesmo que fosse sábado?
Salvar uma pessoa ou um animal é muito mais importante do que seguir burocraticamente um texto legal que proíba a ação física no dia santo, pois está amparado no amor ao próximo, que faz parte da constituição espiritual. Este amparo legal na constituição espiritual que Cristo buscou foi definido por ele mesmo como uma das suas missões: dar o real sentido da lei.
O real sentido dado por Cristo às leis doutrinárias das religiões é a interpretação perfeita (Verdade Absoluta) da constituição espiritual de Deus. Ela baseia-se no primeiro e segundo mandamento que o mestre veio trazer: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Cristo não só ensinou como vivenciou este amor, que é sublime. Todos os seus atos, mesmo os que aparentemente não possam assim ser compreendido, como secar a figueira e expulsar os mercadores do templo, foram amorosos. Isto porque o mestre nazareno, como espírito evoluído que é possui consciência amorosa.
Cristo não seguia a letra fria dos códigos de leis religiosos, mas seus atos jamais poderiam ser interpretados como mau, mesmo que as leis religiosas digam ao contrário, porque a fonte de todos eles era o Amor Universal.
Portanto, se ele é o caminho para Deus, este também deve ser o corpo doutrinário do ecumenismo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Por isso o ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL troca todos os códigos penitenciários adotados pelas religiões pela constituição espiritual e a utiliza como base para o estudo dos livros sagrados. Desta forma ele pretende levar aos seres encarnados o real sentido das leis deixadas pelos mestres que vieram antes e depois de Cristo.
De posse da consciência amorosa que surge pela submissão à constituição espiritual (apenas amar), o ser humanizado pode então ser bondoso realmente ao invés de ficar queimando incensos em louvor a Deus. Vivenciando os acontecimentos do mundo com esta consciência, o espírito pode unir-se a Deus sem sofrimentos ou prazeres.
A lei não matarás, por exemplo, existe em todas as religiões e em todos os códigos penais dos diversos países do planeta, mas nem por isso o assassinato deixou de existir. De nada adianta apenas uma lei que proíba, mas apenas a consciência amorosa pode mudar a vida.
Enquanto a lei for apenas um código que deve ser cumprido por obediência cega, de nada valerá, nada coibirá. Isto porque o ser humanizado possui a tendência a querer fazer o que é proibido, que é muito mais gostoso. A rebeldia humana é parte integrante de todos os seres.
Somente a consciência amorosa leva a não prática dos atos. Se, ao invés de dispormos de códigos legislativos ensinarmos ao ser a consciência do amor, ele jamais cairá no pecado ou no erro.
Ao invés de ensinarmos que é proibido matar devemos ensinar ao ser a amar a Deus, a si e ao próximo. Quando isto for realidade, jamais ele matará alguém.
O ecumenismo pregado pelo ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL passa, portanto, pelo fim dos códigos legais, regras de sociedade, etiquetas e padrões morais para que possa ser alcançada a consciência amorosa. Com ela, deixa-se de praticar não porque é proibido, com medo das penas que resultarão, mas porque a consciência amorosa impede.
Com isto não estamos ensinando a anarquia, mas a subordinação total a Deus. Tudo que acontece origina-se no Senhor Supremo e esta é à base da consciência amorosa.
De posse dela o homem (espírito encarnado) passa a amar a Deus sobre todas as coisas e, por isso, ama ao próximo e a si mesmo.
Vivendo com a consciência amorosa não existem mais motivos para acusação a outrem, mas apenas constatações de ausência de amor. Esta ausência não pode ser suprida com ensinamento, mas com doação.
Quando o ser encarnado descobrir esta verdade poderá doar amor àqueles que, aparentemente, estão executando atos contrários à vontade de Deus ao invés de querer puni-los por tal ato, pretendendo, desta forma, ensiná-los.
A vivência da vida com a consciência amorosa também não quer dizer que haja o fim de determinadas situações para aqueles que não possuam o amor.
O assassino, por exemplo, não deixará de enfrentar as situações de um julgamento, de uma condenação e de um aprisionamento, pois elas são carmas, ou seja, a justa reação a sua ação.
No entanto, ele não será mais alvo da acusação, do escárnio e do preconceito com que a sociedade hoje trata os considerados bandidos. Receberá o assassino o amor dos seus iguais vivenciando os seus carmas.
O exemplo maior deste não julgamento oriundo de uma consciência amorosa foi dado por Cristo ao prometer ao bandido, companheiro de crucificação, que ainda naquele dia ele estaria com Deus no Reino do Céu e quando, mesmo instigado pelo populacho negou-se a atirar a primeira pedra na mulher pega em flagrante adultério.
Apesar destes exemplos, as doutrinas religiosas continuam baseando-se no certo e errado, punindo severamente àqueles que ferem os seus códigos doutrinários com o seu desamor. Isto porque se baseiam em leis doutrinárias e não em um conjunto de informações que possam levar o ser humanizado a alcançar a consciência amorosa.
Juntando agora as duas partes das religiões, podemos afirmar que o trabalho da reforma íntima é conseguido através da religação com Deus pelos ritos já existentes ou qualquer outro que venha a ser criado pelo Pai e pela formação da “consciência amorosa”.
Para isto é preciso o espiritualismo, pois enquanto o ser estiver preso às suas verdades esperando que elas ocorram para que seja feliz lutará para defendê-las através de códigos normativos que punam os faltosos, aqueles que lhe trazem a insatisfação.
Transmitir estas verdades e rever os ensinamentos dos mestres a partir da égide do espiritualismo é o trabalho de toda espiritualidade que assessora as encarnações no planeta Terra. O ESPIRITUALISMO ECUMÊNICO UNIVERSAL é apenas um dos grupos destinados a executar este trabalho.