Enviar texto por Telegram
Participante: em São Paulo, há um grande problema de buracos nas ruas.
São Paulo está com problema de buracos nas ruas? Vá lá e jogue terra neles. Lhe garanto que se cada um tapar o da sua porta, São Paulo terá menos problema com buracos. Só que ao invés de resolverem o problema, vocês preferem parar do lado do buraco, tirar uma foto, postar numa rede social e criticar o governante. Assim, o problema continua … Se ela tapar um buraco, se ele tapar outro, os buracos vão acabar. Mas, é mais fácil parar, não tapar o buraco e criticar, não é mesmo?
Quer ver outro exemplo clássico disso? Enchentes, quando a agua dos rios entram nas casas. Sempre que isso acontece a população critica os governantes. Mas, será que já pararam para analisar porque acontece enchente?
Primeiro, podemos verificar que a casa que foi invadida pelas águas dele está construída em um lugar que todo mundo sabe que vai encher, inclusive o proprietário. As chamadas zonas de riscos. Aí a pessoa constrói a casa ali, muitas vezes em terrenos invadidos, e depois reclama do governo porque tem enchente.
Segundo: porque as águas dos rios transbordam? Será que é só por conta do volume da chuva? Acho que não. Se observarmos a quantidade de lixo que boia nesse momento poderemos verificar que há mais razões do que a água que caiu do céu que levou o rio a transbordar. Quem jogou o lixo na rua e no rio ao invés de colocar num lugar próprio?
Participante: não foi só o proprietário, não é? Todo mundo anda na rua e joga lixo onde não devia.
Exatamente.
A única forma de você sair dessa crise institucional da ausência de credibilidade em um governo é cada um chamar para si a responsabilidade de fazer a sua parte. Na hora que cada um fizer a sua, pouco importa se o governante faz a dele ou não: os problemas diminuirão e todos vão viver bem.
Esse é o momento que vocês estão vivendo. Um momento de crise institucional, um momento onde o governo não tem mais a credibilidade, mas o povo, ao invés de assumir o controle das coisas fazendo alguma coisa na sua vida, na sua área, seja trabalho, seja residência, prefere ficar de braços cruzados reclamando do governo. Ao invés de cada um cuidar da sua vida, preferem fazer propaganda para retirar o governante. Com isso esperam que o governo mude para que a vida seja melhor. Só que a prática já mostrou que entra e sai governante e a vida nunca melhora …
Participante: isso não quer dizer que eu tenha que concordar com o governo. Tenho que fazer a minha parte, mas não preciso concordar com o governo, achar que ele é bom ou que está certo.
Não, isso não tira essa possibilidade. Aliás, você pode concordar ou discordar de quem quiser. Agora, se quer ser feliz, nunca entregue o comando da sua vida, do seu mundo interno, do seu bem-estar a outra pessoa. Concordando ou discordando, seja senhor das suas emoções.
Não estou falando especificamente de nenhum governante nem de nenhuma ideologia política. Em qualquer situação se você não assumir o comando emocional de sua vida, outro assumirá. Nesse caso, pode ter certeza que você vai sofrer, pois todo ser humano prioriza o seu próprio bem-estar e não o dos outros.
Se você não fizer tudo que acha que precisa que seja feito e cada um também não fizer aquilo que acha que precisa ser feito, ninguém nunca vai fazer nada. Com isso, todos sofrerão.
Isso me lembra uma história:
Esta é uma estória de quatro pessoas: – TODO MUNDO; – ALGUÉM; – QUALQUER UM; – NINGUÉM
Havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.
QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.
TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.
Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM, quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
Participante: mas aí, se eu fizer o que acho que deve ser feito, pode haver outra pessoa que ache que não deve.
Perfeito.
Apenas um detalhe: você vai fazer o que acha que deve em que sentido? De bem estar geral, de contribuição para a sociedade. Não estou falando em fazer o que quer, mas o que é necessário para o bem geral.