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Os acontecimentos da vida são momentos onde o ser pode optar pela defesa de seus interesses ou não. Sendo assim, o que acontece a cada ser humanizado pode ser chamado de cabeçalho da prova.
Digamos, por exemplo, que um ser humano tenha sido assaltado. Isso não é um acontecimento, mas o cabeçalho da prova de um espírito. O ato em si e toda repercussão dele é o texto que serve para o espírito responder se opta pela defesa de seu interesse ou submete-se a ele sem defender o que imagina ser seu.
Isso vale para todas as coisas da vida de um ser humanizado. Você está aqui me ouvindo? Não está vivenciando uma prova. Você não lê livros, não passeia, não trabalha, não anda nem come nada: tudo o que lhe acontece é o texto de uma provação do espírito. Não é assaltado, não perde coisas, não é caluniado ou criticado, nem seus aparelhos eletrônicos deixam de funcionar: estas coisas também são apenas textos de provações do espírito.
Neste aspecto encontramos uma contradição entre aquilo que os seres humanizados compreendem como provação do espírito e o que os espíritos afirmam ser o instrumento do processo de elevação. Para os humanos prova é só os momentos que espelhem perda de algo que lhe interessa.
Isso não é real segundo o Espírito da Verdade:
“ … para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal; nisso é que está a expiação”. (O Livro dos Espíritos, pergunta 132 – Objetivos da encarnação)
Diferente do que os seres humanizados acreditam as vicissitudes da vida não são representadas apenas pelas carências. Vicissitude quer dizer alternância das situações da vida.
A vida humana é sempre formada por altos e baixos. Ela é composta por momentos onde existe a carência e a riqueza, momentos onde tem ‘sorte’ e em outros onde vivencia o ‘azar’, momentos onde consegue realizar o que quer e outros onde não consegue. Esta gangorra da característica de cada acontecimento da vida é que a faz representar as vicissitudes que o espírito precisa vivenciar para realizar suas provações.
Sendo assim, o que está acontecendo nos momentos da vida de um ser humanizado, seja este acontecimento recebido como bom ou mal, são o cabeçalho da prova do ser universal. Quando um ser humano é roubado está vivendo um dos aspectos da vicissitude, mas quando por acaso ganha um dinheiro inesperado também está vivenciando o espírito está realizando a sua provação. O acontecimento do roubo ou de ganhar, portanto, é o cabeçalho da prova.