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“onde houver tristeza que eu leve a alegria”.
Agora Francisco de Assis quer combater a tristeza, o sofrimento, dos seres humanos, ou seja, mais uma vez estamos falando de um sentimento resultante do individualismo ferido (não gostar do que está acontecendo).
Para isto pede para levar a felicidade ao próximo, que ele seja instrumento da felicidade do próximo. Ele não se propõe a levar o prazer (levar a razão), mas sim a grande alegria desta vida que é Deus, que é estar em Deus, que é estar com Deus.
Levar a glória de viver com Deus e em Deus: esta é a felicidade que Francisco de Assis se propõe levar a todos.
Ele não pede para servir de instrumento para fazer o que os outros querem, mas sim para mostrar a todos como é belo o “Reino de Deus”. Ele se propõe mostrar a todos como são perfeitas as coisas de Deus. Fala da vida simples, ou seja, da vida sem verdades que a complique, que leva à felicidade.
É esta felicidade que Francisco de Assis quer levar a todos e esta é, também e, portanto, é esta a alegria que você deve buscar em São Francisco. Por isto, ao amigo espiritual não se devem fazer orações pedindo a que faça acontecer o que queremos, mas buscar, através dele, a felicidade de estar vivo com Deus.
Vivo não no sentido material (material), mas no espiritual: estar vivo para o universo, conectado a Deus. Estar vivo é viver conectado ao todo universal (universalismo), vivenciar o universo inteiro, aproximar-se do Pai, ao invés de estar preso em um mundo pequeno cheio de eu: eu quero, eu sou, eu estou.
A felicidade que Francisco de Assis prega surge depois que o ser humanizado derruba a porta do mundo individualista em que vive. Como chegar ao universo se você está preso dentro de uma casa onde só vale o que você acha, sabe e quer? É por estar preso neste mundo individualista que você sofre.
É preciso abandonar tudo que é individual para poder penetrar no coletivo (universalismo) que, em resumo, é o próprio Deus. É por isso que Cristo disse ao moço rico que já cumpria todas as leis (caridade, oração, comunhão): abandone tudo que é seu e me siga.
Abandone tudo que é seu. Não as suas coisas materiais, mas as posses, ou seja, as verdades que tem sobre as coisas deste mundo. Doe todas as suas verdades aos pobres, aqueles que querem ter verdades.
O próximo quer ter razão? Louvado seja Deus, deixe-o levar a razão e ofereça a outra face. Ele quer achar que está certo? Louvado seja Deus, deixe-o ficar com a certeza das coisas. Para que entrar em guerra e discutir com alguém? Para se provar que está certo? Isso resultará em sofrimento para você na certa.
Era por isso que quando alguém acusava ou mandava fazer algo, Francisco de Assis não discutia nem reagia. Agindo desta forma servia ao próximo. Este é o caminho para Deus, uma vida que pode lhe trazer felicidade.
Esta é a única forma que você tem de buscar aquilo para o qual vive: ser feliz. De nada adianta juntar dinheiro para comprar coisas achando que assim será feliz. De nada adianta proteger seu filho achando que nada vai acontecer a ele e assim você poderá ser feliz. De nada adianta querer ter saúde para ser feliz, pois mesmo que tenha tudo isso, os momentos de contrariedade acontecerão e neles você sofrerá.
Só quando não tiver verdades para ser contrariada você poderá ser eternamente feliz. Esta é a felicidade que Francisco de Assis traz a todos e que é resultante da verdadeira liberdade: ser livre, completamente livre para ser feliz.
Livre do seu pior inimigo: você mesmo. Enquanto você não compreender que sofre porque é escravo de você mesmo, é escravo do seu ego, das suas verdades, do que você quer e não lutar para libertar-se de tudo isso, não será feliz.