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Participante: não estou falando em viver o prazer oriundo do possuir, mas em me deleitar, por exemplo, na alegria de sentir o frescor da manhã ou na risada de um amigo, sem medo de esperar o sofrimento seguinte?
Como vocês conhecem pouca a possessão.
Imaginam que estou falando em ter objetos, mas possuir alguma coisa é imaginar que se possui o poder daquilo acontecer sempre. Quando espera um frescor da manhã, ainda possui alguma coisa, pois acha que isto vai acontecer sempre. Mas, por causa da força da vicissitude haverá dias que a manhã não terá frescor: o que vai viver nestes momentos?
Quando a manhã for muito ensolarada haverá muito calor e não frescor. Quando a manhã for de inverno o frescor será substituído pelo frio. Isso acontece sempre, não importa onde você viva. Nestes momentos, continuará tendo o prazer? Claro que não.
Portanto, gostando do frescor, se deleite quando ele existir, mas saiba que nem todo dia será igual a outro: vão existir momentos que o dia amanhecerá calorento ou frio. Nesse caso, você vai sofrer.
O mundo não é certinho e sempre a mesma coisa, ou seja, absoluto. O planeta Terra é feito por vicissitudes: um dia é de um jeito e no outro é de outra forma.
A mesma coisa serve para o sorriso de um amigo: haverá um dia que ganhará uma mordida dele. Preso ao sorriso dele, nesse momento vai sofrer, pois quer se deleitar no sorriso. Se está na felicidade plena quando o amigo sorrir ou morder, não terá prazer nem dor.
Para não se sofrer, a única opção é viver no estado de espírito de felicidade. Mas, para que ele exista, é preciso que você abra mão de suas poses.