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Participante: e as cinco verdades universais?

São cinco verdades universais que você pode acreditar ou não. Se tomá-las como realidade absoluta sofrerá.

Portanto, trate-as como conhecimento, ou seja, como uma informação que você tem, mas que não precisa comprovar para ninguém.

Participante: é perda de tempo estudar as ciências naturais, então?

Não é perda de tempo: é vida.

Venho dizendo que a vida se apresenta. O ato de estudar é apresentado por um processo descritivo através de um pensamento e por outro que o comenta. Sendo assim, você não tem controle: isso lhe é apresentado. Agora, se enquanto estiver vivendo isso, ou seja, estudando, achar que descobriu a verdade absoluta estará morto.

Isso acontece porque como falei, a própria ciência se desmente constantemente. Os que têm mais idade são do tempo que deveriam não comer ovos porque faziam mal para a saúde. Hoje o ovo faz bem. Será que amanhã não fará mal de novo? Se achar que não, que deve comê-los vai brigar com meio mundo. Nesse momento perde a paz e a tranquilidade.

Então, não se trata de estudar ou não. Se a vida se apresentar com você estudando, viva isso porque é vida. Agora, não acredite em todo discurso que afirma que o que você está estudando, que isso é o certo, o verdadeiro, o real, pois não existe certo, verdadeiro ou real nesse mundo.

Participante: e porque é assassino o conhecimento? Ele escraviza, alimenta o ego?

Não.

Ele serve como arma para lutar contra o outro. Com isso cria uma desarmonia. Tudo o que você sabe quer mostrar que sabe, quer provar que está certo. Acabou a harmonia, acabou a paz e você morreu.

Participante: você falou do saber jurídico. É possível que um juiz ou outro profissional do direito concretize a reforma íntima? Sou da área do direito e tenho encontrado dificuldades para compatibilizar minha profissão com os seus ensinamentos.

É muito possível sim, se você apenas assistir a vida. Ou seja, quando estiver dando uma sentença, só a dê.

Se alguém disser que está errada, diga apenas que foi a sentença que você deu. Não queira provar que está certo, ou seja, não transforme o conhecer em saber.

É essa a diferença. Você pode ser médico, advogado, cientista, qualquer coisa. Pode agir com toda informação que tenha, pois ela é conhecimento. O que não deve é deixar isso transformar-se em saber, ou seja, ter uma convicção, achar que está certo, que sabe a verdade e que os outros não sabem.

Essa é a diferença. Não se trata de conhecimento. Você pode conhecer os códigos jurídicos perfeitamente e aplicá-lo o tempo inteiro. Isso é conhecimento. Agora, na hora que diz que isso é o certo, caminhou para a morte.

Participante: pensava que as ciências naturais escapavam do saber que o senhor fala, pois fazem parte das leis de Deus.

Em O Livro dos Espíritos é dito bem claro que Deus aos poucos os conhecimentos. Isso quer dizer que você não sabe tudo. Esse é o primeiro detalhe da resposta que quero dar.

Segundo detalhe. Morro de rir quando o ser humano diz que não pode haver vida na lua porque não há oxigênio, porque não há condições necessárias para a vida. Vocês acham que só essa forma que vivem pode existir? Acham que não pode haver vidas que tenham outra base de existência? Claro que pode.

Assim como nesse planeta, pelo conhecimento científico humano, a vida se formou dessa forma, porque em outro planeta não pode se formar de outro jeito? Isso começa a destruir a universalidade do conhecimento científico humano.

Terceiro aspecto: o olho humano percebe menos de cinco por cento das coisas que existem. Aqui mesmo nesse planeta vocês deixam de ver coisas que conhecem.

Por exemplo: olhe para frente e observe o que há no espaço entre dois corpos. O que tem aí? Você me dirá que é oxigênio. Isso é uma presunção e não uma percepção, pois oxigênio você nunca viu.

Fora o oxigênio a outras coisas. À sua frente, por exemplo, há algo que conhece, que é capaz de perceber, mas que nem desconfia que está lá: água.

A água você conhece e percebe, mas se olhar para o vazio à sua frente não a verá. Ela está lá. Afirmo isso porque se não houvesse a umidade relativa do ar você estaria morto.

Agora junte tudo o que estou falando (o parco conhecimento das coisas universais e a fraca condição de percepção do ser humano) e veja que vocês não podem ditar regras para o universo. Por isso afirmo que a lei natural que vivem na Terra não tem nada a ver com a lei natural do universo. Isso vocês ainda vão descobrir um dia.

É essa condição que têm que é preciso trabalhar em vocês para não se deixarem ser morto pelo assassino do saber. Considerando-se o ser mais importante do universo, o humano, aquele que domina todas as coisas, com certeza acreditará nas ciências humanas terrestres e com certeza não conseguirá viver, porque o saber o fará morrer.

Um detalhe: já reparou que a divulgação de novas informações científicas sempre causa uma revolução? Quando foi dito que o planeta Terra era redondo, que confusão se armou. Hoje é fácil dizer que isso é verdadeiro, qualquer criança sabe disso, mas imagine naquele tempo? A partir desta observação posso lhe dizer que ainda existe muita Terra redonda que a ciência humana ainda acha que é plana.

Então, é isso. O saber científico não pode ser encarado como realidade real. Primeiro porque o ser humano não tem condição de conhecer a realidade real e segundo porque a própria ciência se atualiza destruindo saberes anteriores.

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