Ainda não acabei de lhe responder. Vamos ver outro aspecto.
Em O Livro dos Espíritos é ensinado que o espírito para o ser humanizado é um nada. Sendo isso verdade, como pode alguém saber o que é um nada?
É a partir disso que orientamos nosso trabalho. Nós o desenvolvemos dizendo a todos os encarnados que são espíritos, que a existência continuará depois do desencarne (morte) e que por isso é preciso se preparar durante essa existência para viver a outra.
Quando fazemos essa orientação tem uma coisa que deixamos bem claro: precisa se preparar para um lugar que não tem como imaginar como é para fazer coisas que nem imagina o que seja. Se não pode saber isso, o que fazer, então, para viver depois da morte? Abrir mão de tudo que sabe agora sobre o viver.
Se o lugar onde vai não é igual a esse, se lá não fará o que faz aqui e se não pode saber como será no futuro, o melhor é abrir mão do apego aonde está e como vive hoje. Libertando-se da crença de que as coisas daqui vão para lá, quando chegar lá será mais fácil aprender como viver no novo mundo.
Cristo ensinou: doe tudo que é seu aos pobres. Frente a essa informação a mente humana, presa ao ser, estar e fazer, resiste no despossuir. Presa, também a realidade das coisas materiais, acha que é para doar o dinheiro, os bens, as posses, etc. Não é isso. Cristo ensina que se deve aos pobres, ou seja, àqueles que só vivem das coisas humanas, tudo que pertence a esse mundo. Deixe eles serem humanos e você não viva a humanidade.
Porque você deve viver assim? Porque sabe que existe uma vida depois da vida, que nela se vive de uma forma completamente diferente daqui. Por isso, tem a consciência de que precisa abrir mão de viver como uma humana.
O que estou querendo dizer é que se preparar para viver como espírito não é aprender como é viver isso, mas abrir mão de ser humano, sem ser qualquer outra coisa. Faz isso porque alcançou toda sabedoria que pode possuir sobre o mundo espiritual: o saber que não é como pensamos que é.