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Participante: mas, mesmo abrindo mão da minha liberdade pelo outro, quando se fizer haverá uma satisfação, o que caracteriza o prazer de realizar, ou seja, o fruto do egoísmo. Como fica, então, o resultado deste trabalho?

Se criar a lei que deve abrir mão de sua liberdade, com certeza encontrará o prazer, mas eu não disse para agir assim. O que falei foi que não deve ter a intenção de fazer.

A vida acontece, interna e externamente; o problema está na sua relação com ela. É nela que você não pode se prender ao ter ou não que fazer alguma, ao ter ou não que pensar de determinada forma. Não deve se sentir obrigado a agir de nenhuma forma, seja usando a sua liberdade para pensar nos outros ou não pensando neles.

A ação que digo que deve realizar nessa vida refere-se à sua relação com aquilo que a mente cria e nenhuma outra. Atos são atos, é boca falando, mãos e pernas se movendo; pensamento é justificativa anterior ou posterior de uma ação. Nada disso é você que faz, mas a vida.

Participante: ultimamente tenho pensado em ficar quieto, não dizer nada nem fazer nada a ninguém para não influenciar outras pessoas. No entanto, acabo sempre falando alguma coisa, me exaltando e falando alto. Pode comentar?

Posso.

Com relação ao que tem feito, só posso dizer: não se culpe. Você não tem a intenção de falar, mas assim mesmo a palavra sai. Isso é ato e ele acontece. Ele é a vida que tem para viver, assim como o que faz é a vida de quem se comunica com você também. Sendo assim, apesar de viver uma ação que não queria, está vivenciando-a sem intencionalidade.

Cristo fala com todas as letras: Deus julga a intencionalidade de cada um. O Pai não lhe avaliará pelo que fala para o outro, nem pelo que pensa, mas sim se ao falar ou pensar viveu aquela situação com a obrigatoriedade de fazer ou não. Achando que o outro tem a obrigação de ouvir, mesmo que o que for dito não seja ofensivo ao próximo, estará vivendo uma intencionalidade egoísta.

Da mesma forma, se vivenciar o que faz achando que não deveria ter feito, estará vivendo uma intencionalidade e esta servirá para Deus como base para a análise da sua provação. Por isso digo: se quer sentir-se culpada de alguma coisa, não se culpe por fazer o que não queria, mas por acreditar que pode agir de uma forma deliberada. Não acredite quando a mente diz que é capaz de determinar o que irá acontecer, pois neste caso estará vivendo uma intencionalidade e será ela que irá valer no dia do juízo.

Aliás, Cristo também fala: o problema não é o que sai pela boca, mas sim pelo coração.

Participante: podemos dizer que o respeito é algo universalista?

Você acompanhou todo trabalho da busca da felicidade que falamos. Durante essas conversas falei um dia inteiro sobre respeito. Disse que entre aqueles que afirmam querer aproveitar a encarnação para aproximarem-se de Deus estava faltando respeito ao próximo. Naquele momento também não falei de atos, de ações respeitosas, mas em internamente estar preocupado em não compactuar com as ideias desrespeitosas que a mente cria.

Sim, isso está faltando entre vocês que dizem que querem aproveitar a encarnação. Está faltando cautela na prática dos ensinamentos. Tendo-a, mesmo que as palavras saiam, não se condene por isso.

Disse tudo isso naquele momento e estou repetindo agora porque sim, respeitar o direito do próximo acima do seu próprio é um sinal de universalismo.

Participante: como posso deixar de ser egoísta e servir em nome de nós?

Caminhando passo a passo. Servindo aos poucos.

Não queira deixar de ser egoísta porque não conseguirá, mas vá abrindo mão dos desejos que a mente cria e das verdades e paixões que ela possui pouco a pouco. Esse é o caminho.

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