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“E por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Portanto, não fiquem preocupados, perguntando: “Onde é que vamos arranjar comida?” ou “Onde é que vamos arranjar bebida?” ou “Onde é que vamos arranjar roupas?” Pois os pagãos é que estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas. Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades”. (Mt. 6, 28 a 34)

Três detalhes.
Primeiro é tudo que já falamos. Segundo: os pagãos. Quem são os pagãos? Os que não assinaram esse acordo.
Tudo que estamos conversando não serve para o budista, o hindu. Serve apenas para quem assinou o acordo, ou seja, para quem é cristão. Para aqueles, existem outros acordos.
Terceiro. No final Cristo diz: ‘não se preocupe com o dia de amanhã, mas apenas com o de hoje’. Esse ponto é o importante dessa conversa. Vamos falar um pouco dele. Lembrando: vale para todas as coisas, inclusive para a questão das necessidades básicas, como acabamos de ver.
Viva o agora. Se não tem comida agora, viva o não ter comida. Não se preocupe em ter. Ocupe-se, mas não preocupe-se. Isso vale para as necessidades básicas e para qualquer outra.
Tudo que você tem a todo momento, como está dito aí, foi dado por Deus sabendo que você precisa de determinadas coisas. Por isso, seja o que for, o que tem nesse momento é o que precisa ter agora para servir como instrumento da sua fé.
Se não tem o arroz, não ter é o instrumento para o exercício da sua fé. Se não tem casa própria, a sua ausência desse bem é o instrumento para exercer a sua fé. Se não tem família constituída, viver só é o básico, o que precisa, para servir de instrumento para sua fé.
Lembrando: fé é a entrega com confiança a Deus. Essa entrega tem muito mais valor quando a carência é superada. Por isso, cada carência que você tem é criada por Deus com a justa medida que precisa para superá-la com a confiança no Pai. É o instrumento necessário que precisa para que promova o vivenciar servindo a Deus.
Quando se fala em ligar-se no hoje é isso que quero dizer: reconhecer a vontade de Deus. Saber que aquele momento é a vontade de Deus. Como dito na oração do Pai Nosso: Deus sabe o que você precisa.
Não tendo o alimento básico, para servir a Deus é preciso dizer: ‘a ausência de comida de hoje foi dada por Deus e é aquilo que preciso como instrumento para professar a minha fé, a minha entrega a Deus, ou seja, honrar o acordo que eu assinei’. Isto vale para tudo. Isso é o não se preocupar com o amanhã. É o passar fome sem estar com o cabelo desarrumado e com a cara suja, como já falamos quando do estudo do jejum.
Veja com as coisas fazem sentido. Quando se lê somente uma parte, o que está escrito perde o sentido, mas quando se lê tudo juntando as partes, faz. Isso acontece porque um texto está sempre um ligado ao outro.
Participante: você diz que esse trabalho é ecumênico, mas se atém muito mais à Bíblia do que a outros mestres
Primeiro, porque agora estamos estudando à Bíblia. Segundo, porque o país de vocês é cristão. Se estivesse na Índia priorizaria os vedas; se estivesse no Japão, os suttas de.
Só que tem um detalhe: estou dizendo a mesma coisa que diria se estivesse usando essas outras fontes. É preciso lembrar que o acordo é com Deus e não com o mestre. Ele é apenas o fiador do acordo.
Participante: os caminhos dos mestres aparentam ser diferentes, mas o destino é o mesmo?
Perfeitamente. O caminho é o mesmo, apesar de terem vividos atos diferentes.
Nós acabamos de ler todo esse texto. Nele vimos a questão do desapego. Isso é ensinamento de Krishna e Buda. Desapegar-se não é um ensinamento cristão.
O cristianismo não fala em desapego, mas o que estudamos aqui é totalmente desapego.

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