Participante: a concentração leva a uma nova visão das coisas?
Depende.
Em que se concentra? Saber a resposta a essa questão é muito importante para aquele que diz que quer viver para as coisas do algo além da matéria que sabe ser.
Tem muitos seres que mesmo tendo a informação de que não são o que aparentam ser concentram-se no mundo externo. Concentram-se no que o outro está falando, no que ele ou o outro estão fazendo, no que está acontecendo. Esses ficam observando a si e aos outros para poderem compreender o significado das ações. Esse tipo de concentração não leva a lugar nenhum, pois o real sentido da vida está além do que pode ser percebido pela mente.
Há outros que se concentram no mundo interno. No entanto, não exercem a concentração visando libertarem-se daquilo que a mente cria, mas na busca de conhecimento. Estão concentrados em saber quem são, o que é a vida ou como funcionam os seus elementos. Esse tipo de concentração também não resolve nada, pois como disse o Espírito da Verdade, no Universo existem apenas três elementos que o ser humanizado não tem condições de conhecer. Não podendo conhecer o que existe, como ter algum saber sobre eles?
Agora aquele que se concentra no seu mundo mental para não conhecer o que a sua mente fala, com a intenção de não compactuar com isso, exerce uma concentração proveitosa. Aquele que se concentra em conhecer o seu mundo mental para não deixar as intencionalidades propostas pelos pensamentos, mesmo que estejam camufladas, prevalecer como realidades, exerce uma concentração válida.
Aquele que vivencia essa concentração realmente caminha a passos mais largos no sentido de aproximar-se de Deus. No entanto, esse passo mais largo não quer dizer que percorra cem metros de uma vez. Na verdade, o passo mais largo corresponde ao caminhar um centímetro e meio enquanto outros caminham um.
Saiba sempre: a caminha é lenta, dura e ninguém sai perfeito dessa vida.
Participante: dentro da liberdade de pensamento que sabemos existir, muitos pensam de uma forma que ataca o direito do outro. Mesmo que não se expresse em atos, tal acontecimento também não atinge o outro energeticamente?
Depende.
O próprio pensamento em si não tem a propriedade de expansão. Ele é criado pela mente de cada ser e permanece restrito a ele. Por isso o pensamento não pode atingir outro ser.
Sendo assim, o que se expande, então? A vibração do ser. É aquilo pelo qual o ser está vibrando que se expande pelo universo e atinge outros seres.
O que é a vibração do ser? É aquilo que ele vivencia. Quando acredita nas ideias e consciências geradas pela mente, vibra dentro do padrão proposto pelo pensamento. Por exemplo, quem acredita que o outro tem a obrigação de lhe ouvir porque é livre para falar o que quer, vibra essa soberba, essa prepotência. Quando não acredita nas ideias e consciências geradas pela mente vibra dentro do padrão vibracional normal do espírito: o amor universal…
Diante de tudo isso, agora posso responder. Dentro da liberdade de pensar que existe para cada mente humana pode e continuará havendo, já que sem eles o ser não tem provas, pensamentos que ofendam a liberdade do próximo, mas isso não atingirá o outro. Agora, a vibração de quem está vivenciando essas formações mentais atingirá o outro. Se essas vibrações se constituirão num ataque ou não, isso depende da forma como quem as está emitindo está reagindo na convivência com o que é proposto por sua personalidade humana.
Se um ser vibrar dentro do pensamento, ou seja, aceitá-lo como real, justo e certo, atingirá o outro de uma forma danosa. Se não, o atingirá com o amor universal, o que é útil a todo ser.
É por isso que há anos estou falando que devem abrir mão de compactuar com os pensamentos que recebem de suas mentes.
Participante: amo as pessoas e não quero magoá-las, mas isso acontece hoje. Talvez tenha abusado da liberdade e por isso peço perdão a todos. Joaquim, obrigado pelas palavras e muita luz para todos.
Não foram suas palavras que ofenderam a ninguém.
Primeiro porque você é incapaz de ofender a alguém. Como já disse, pode criar oportunidades para os outros se ofenderem, o que é diferente.
Segundo: as suas palavras não podem ser mudadas, pois são ação, ato e por isso tinham que sair. É como também ensina o Espírito da Verdade: cada espírito toma um corpo de acordo com o mundo que vai viver e aí trabalha, sob as ordens de Deus, para a obra geral.
Quando falou foi sob as ordens de Deus e contribuiu para a obra geral, para o processo de provação dos seres. Sendo assim, o que foi dito nunca poderia ser diferente.
Agora, você, consigo mesmo, tem que se libertar da ideia de poder escolher o que vai falar, escrever ou fazer. É a vivência como real dessa intencionalidade gerada pela mente que, como acabamos de ver, cria a sua vibração que alcança o outro, pode prejudicá-lo. Mas, mais do que prejudicar ao outro, ela prejudica a você mesmo.
Prejudica porque, primeiro, você diz que quer viver para o algo além do que imagina ser. Para isso, precisa viver como vivem os espíritos libertos da materialidade. Eles não possuem intencionalidades individualistas, o querer individual, mas vivem apenas numa intencionalidade universalista: ‘Senhor, fazei de mim instrumento de Vossa vontade’.
Segundo, prejudica porque não vibra dentro do amor universal. Quem não vibra dessa forma vivencia o prazer e a dor, que são ambos sofrimentos para o espírito.
Falei do vivenciar a sua liberdade com respeito ao direito do próximo para não vibrar num padrão que seja danoso ao próximo. O padrão vibracional de quem compactua com a mente realmente é danoso para o outro, mas é mais para quem está vivendo-o. É você que acaba se machucando mais com o prazer com que vivencia o momento em que está ligado à criação mental do que o outro.
Sim, o prazer machuca; não ao ego humano, mas ao espírito. Cada vez que vibra dentro desse padrão vai tornando um ser mais duro, mas egoísta. Isso ocorre porque acostuma a se sentir bem por fazer o que quer e nem vê que o bem que agora sente só o afasta da sua comunidade de iguais. Esse afastamento, quando percebido, causa grande sofrimento ao espírito.
Portanto, vibrar de acordo com o que a mente propõe causa malefícios aos outros, mas causa mais a quem está vivenciando isso.