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“Aquele que é a Palavra estava no mundo. Deus fez o mundo por meio dele, mas o mundo não conheceu. Ele veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu”. (João – 1,10)
A Boa Nova de Cristo são os subsídios para a reforma íntima. Os ensinamentos do mestre nazareno devem servir como base para a completa compreensão de como vivenciar os acontecimentos da vida para se reformar. Por isto, em qualquer momento que tenha dúvida como agir, procure imaginar como Jesus agiria e imite seus atos.
“Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a espada”. (Mateus 10,34)
Para aquele que tem o ilusório poder de determinar do bem ou mal, para existir paz é necessário que todos sigam a sua lei. Só desta forma ele conseguirá a felicidade e se encontrará em paz.
Está certo… Mas, ele encontrou a sua paz, mas e a dos outros?
Desta forma, quando o mestre afirma que não veio para trazer a paz, quer dizer que não trouxe seus ensinamentos para que o ser humanizado os utilize como lei para mudar os outros, mas sim a si mesmo.
Ele não trouxe os ensinamentos para servir de base para o ser humanizado julgar se os outros estão certos ou errados, mas sim para que os siga. Ele não veio para trazer a paz, mas sim promover a destruição de tudo aquilo que se imagina bem ou mal.
Para auxiliar nesta destruição ele fornece aos seres humanizados uma espada. Esta espada é o amor que deve ser usado como arma para destruir todas as leis individuais criadas. Essa é a espada de Cristo: o amor que acaba com você mesmo, com as suas leis.
Por isto afirmo que a reforma do planeta não passará por você corrigir todos, mas dar a eles a liberdade de agirem da forma que quiserem, sem que você veja bonito ou feio.
Portanto, os ensinamentos de Cristo não devem ser entendidos como coletivos, mas individuais. Eles são dirigidos a cada um individualmente para que este ser se mude e não para que sirva de código de leis para julgar os outros.
A reforma íntima verdadeira é pegar a espada de Cristo (amor) e aplicá-la a si mesmo, ferindo mortalmente as suas verdades individuais. Como resultado desta ferida de morte, surgirá a permissão para todos fazerem o que quiserem, inclusive você, sem acusações.
O direcionamento do ensinamento do mestre nazareno sempre foi esse, mas até hoje não foi entendido. Isto porque os seres humanizados ainda estão procurando fórmulas mágicas que processem alterações na coletividade para o que ele acha certo.
Para que este sonho utópico de vida se torne realidade, cada vez mais os seres humanizados juntam novas leis ao que Deus e Cristo falaram. No entanto, este procedimento não deu certo, ou seja, não conseguiram obrigar aos outros a se transformarem em cópias sua.
O ser humanizado imagina que criando leis que satisfaçam a sua vontade individual conseguirá transformar o planeta em um paraíso e, com isso, ele alcançará a paz. Entretanto se isto acontecesse, o ser humanizado encontraria um inferno, pois pela complexidade da mente deste ser, na hora que todos agissem iguais, ele alteraria o seu querer. Isto, aliás, é comum na vida do ser humano.
A reforma não pode ser mudar os outros para o que acha certo, mas deixar cada um ser do jeito que quiser e você não ver mais bem ou mal no que eles fazem.
Você não foi expulso do paraíso porque feriu Deus com sua atitude, mas porque passou a olhar (“seus olhos se abrem”) e conseguiu distinguir o bem do mal, o certo do errado, o bonito do feio. Para voltar para o paraíso, é preciso fechar seus olhos e não ver mais.
“Eu vim a este mundo a fim de julgar para que os cegos vejam e para que os que veem se tornem cegos”.
“Isso quer dizer que nós também somos cegos?”
“Se vocês fossem cegos, não seriam culpados! Mas como dizem que podem ver, então ainda são culpados”. (João 9,35)
Esta é a palavra de Cristo, como dizem os padres: enquanto você achar que pode ver as coisas que acontecem, ainda não promoveu a sua reforma íntima e por isso é culpado. Quando conseguir a sua reforma intima não mais verá (se tornará cego) e, então, deixará de ser culpado por qualquer coisa que pratique.
Aquele que conseguiu a reforma íntima não vê mais nada. Ele olha para o chão e não vê sujeira; olha para a roupa e não vê amassado, se está nova ou velha, desbotada ou com cor, bonita ou feia, se está na moda ou não. Ele só vê roupa: não coloca adjetivo nela.
Enquanto você achar que pode ver as coisas não consegue promover a sua reforma íntima porque tudo que é visto é interpretado por você dentro das suas leis.