Participante: as decisões que tenho são minhas. É a vida que nos leva a viver o que precisamos viver.

A vida te leva a viver o que tiver que viver, sim.

Dentro da vida você tem o direito de tomar decisões? Sim, agora não pode esperar que ao tomar uma decisão a vida vai ser aquilo que decidiu.

Participante: complicado.

Não.

O que estou dizendo é que você tem o direito de decidir sair do trabalho. O que não pode é esperar  que ao decidir sair do trabalho, pedirá demisão. Pode ser que decida hoje que vai sair do trabalho e chega amanhã acontece um problema, algo, alguém faça alguma coisa e o trabalho já não fique tão ruim e não saia.

Então, simn, tem todo o direito de tomar decisões, só não tem o direito de dizer que por ter decidido irá acontecer. Tome a decisão que quiser tomar e espere para ver o que vai acontecer. ‘Eu tinha tomado a decisão, mas agora mudei. Que posso fazer’.

Ficou claro?

Participante: noventa e nove por cento dos dramas da vida a gente inventa, não acontece.

Perfeito.

São invenções porque os dramas não são dramas, são vidas. Somos nós que transformamos a vida em um drama.

Mas, será que podemos criar diferente? Sim. Podemos fazer da vida uma comédia, uma aventura, etc. Isso porque quem escolhe o gênero do filme da sua vida é você.

Um detalhe: essa escolha do gênero não muda o que vai acontecer na sua vida.

Participante: na verdade não existem problemas, somos nós que os criamos.

Na verdade, não criamos os problemas; criamos o rótulo de problemas para algumas coisas que acontecem. 

Vou usar o exemplo da pessoa que acabou de falar do carro. Ele tinha um carro, mas queria ter outro. Por isso aquele carro era um problema. A partir do momento que se mudou e começou a viver com felicidade o carro que tinha, a posse do carro deixou de ser um problema. Então,  não é que não exista ou que criamos os problemas,  na verdade criamos o rótulo de problemas para algumas coisas da vida.

A vida é vivida a partir de rótulos. Quando não criamos o rótulo problema para uma situação, criamos o rótulo solução. Quando não criamos o rótulo nem de problema nem de solução, cria algum outro rótulo para a situação: perigo, indiferença, prova, carma, etc.

Na verdade a vida é a vida; quem cria os rótulos para as situações somos nós. E é nessa escolha que vem o problema.

Acharmos que podemos rotular a vida impunemente. Isso é irreal. A escolha do rótulo do momento leva à felicidade ou ao sofrimento. Por isso o ser maduro diz: ‘não sei se se isso é problema ou não’.

O ser maduro sabe que o que hoje é problema, amanhã poderá não ser mais. Sabe, também, que depende apenas da forma como rotula a vida. Por isso rotular as coisas como problemas e espera a vida se desenrolar.

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