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Esse é o raciocínio sattva. Ele é vivido pelo puro, aquele que tem devoção a Deus. Só Deus alcança o viver com devoção a Deus, sattva, aquele que vivencia o minuto a cada minuto. Por isso preciso de um minutinho com sua atenção.
Quem está devoto a Deus não tem atenção no prato que está sendo lavado ou no retirar a sujeira dele. Sua atenção no mundo mental concentra-se apenas em conhecer o que está sendo produzido pela razão para verificar se aquele momento está sendo vivido compelido por rajas ou tamas.
Isso é viver em meditação como Buda ensina. Quem vive em meditação está atento ao pensamento para descobrir que guna está presente no raciocínio. Está atento a identifica-lo para poder agir sobre a razão com novas razões que estejam fundamentadas em sattva.
Isso é vivenciar a vida. Quem se entrega a rajas a cada momento que quer agir com intencionalidade não está vivendo. Está passando superficialmente pela vida porque rajas é totalmente baseado em conceitos.
Além disso, aquele que se entrega a razões construídas com essa característica abre mão do seu livre arbítrio. Viver sem exercer o poder de escolher como vivenciar o momento é estar morto.
O ser que vive com rajas sofre quando não consegue realizar o que intenta; os que vivem em tamas sofrem quando cobram que não fez o que se omitiu intencionalmente. Quem vive com sattva não sofre, porque faz o que estiver fazendo sem se perguntar por que, para que, como, quando ou onde.
Participante: mas, não é fácil fazer isso. Acho que você está inventando motivo para não lavar a louça.
Dá para reparar a presença de rajas nesse pensamento? Sem ofensas ou críticas, mas é a sua mente defendendo o vício de praticar determinada ação.
O problema é que vivendo com a preocupação em ter louça lavada você só alcança sofrimento: a ansiedade por lavar, o sofrimento quando não lavar, o desapontamento se pedir alguém para lavar e não for feito. Ah, tem mais um sofrimento que você nem sabe que é: o prazer de ter conseguido lavar.
Querer que uma louça seja lavada, achar que deve ser lavada, não leva necessariamente a lavagem. Pode muitas vezes não ser. Por isso, aquele que está preso ao pensamento rajas, aquele que incentiva o vício em alguma coisa, deve agir com pureza e devoção e dizer a si mesmo: ‘eu quero, se for feito, foi, se não foi, não foi’.
Essa ação racional com a característica sattva é a única coisa que pode evitar o sofrimento daquele ser. Sem a vivência dessa consciência, certamente o sofrimento acontecerá.