Participante: você disse que a vida é como se o espírito estivesse lendo um livro. Eu preciso de ajuda. Apagaria com uma borracha Deus, você e tudo o que conheço para ter o lápis para escrever nesse livro. Daria tudo para escrever no livro da minha vida. Meu autoconhecimento melhorou muito depois de conversar com você. Acredito que esse meu desejo de ser o autor da minha história é o motivo de ter nascido aqui.

Você quer fazer o que já fez! Quer escrever o seu livro da vida, mas ele já foi escrito por você. Engraçado, né? Apenas um detalhe: quando escreveu o seu livro da vida, como fala o Espírito da Verdade, outra era a sua forma de pensar. Outros eram os objetivos que queria alcançar.

Para que quer escrever o seu livro da vida agora? Para viver na Terra o que a razão humana deseja? Agora sente falta de algumas coisas, mas se não tem, sabe por que não tem? Porque antes não quis ter.

Vou dar um exemplo. Esse trabalho pertence a faculdade espiritualista, por isso temos que misturar o espiritualismo a análise psicológica.

Se hoje não consegue comprar uma casa própria é porque pediu para não comprar quando se preocupava mais em colocar a equanimidade nas coisas. Como hoje se preocupa mais em gozar ter uma casa própria, em sentir-se bem por ter uma casa própria, em ficar famoso porque conseguiu comprá-la, acha que o melhor seria comprar uma casa.

Esqueça: hoje você vive o que já escreveu. Não tem jeito. Não foi ninguém que escreveu, que obrigou você a viver o que você vive hoje. Foi você. Só que o seu jeito de pensar era outro.

A partir dessa constatação tem que lembrar uma coisa: você pode morrer amanhã, agora, semana ou mês que vem. Quando isso ocorrer tudo aquilo que quer hoje, some, desaparece. Até o seu jeito de pensar. A forma como pensa as coisas hoje, some, desaparece com a morte.

É a mesma coisa do computador, quando apaga o que está lá dentro tudo some, desaparece, acaba. Nesse momento vai ter que viver com aquilo as ideias que tinha antes de encarnar. O que vai fazer? Como vai viver lá com as ideias daqui?

Já pensou? Hoje quer rescrever o que tem para viver. Depois da morte volta a conviver com o mesmo pensamento que lhe fez pedir o que tem hoje. Só que ainda estará preso àquilo que queria ter agora. Resultado? Você vai sofrer.

Sofrer porque não conseguiu fazer o que queria antes da encarnação e porque não conseguiu ter o que queria quando encarnado.

Nós temos que começar a entender que pensar igual ser humano é sofrimento para o espírito. Como Paulo diz, quando era criança, pensava como criança. É criança que pensa assim: eu quero isso agora. Ah, mas isso agora pode trazer problema no futuro. Não tem importância. Eu quero, eu quero, eu quero, eu quero, eu quero.

 Isso é coisa de criança. O adulto maduro é aquele que diz: seria muito bom ter isso, mas sei que se tiver posso estar causando um problema para mim no futuro. Então vou gostar muito disso, mas vou abrir mão de ter e aprender a viver com o que tenho.

Esse é o grande segredo: a harmonia que venho dizendo é aprender a viver com o que tem. Para aprender a viver com o que tem, sem querer ter o que não tem, precisa se lembrar que tem exatamente tudo o que pediu. Nem um grão de arroz a mais.

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