Ousamos dizer que o casamento não é indissolúvel, mas trata-se de uma ação carmática. Por isso durará enquanto for preciso como instrumento da provação do espírito. Quando não mais for necessário, o rompimento ocorrerá pelos mais variados motivos, sem que nenhum dos cônjuges possa fazer algo para salvá-lo.
Essa visão também nos mostra que seja qual for a ação que levou ao final do matrimônio, não gerou culpa para ninguém. Como nada pode alterar o destino – e disso tens milhares de provas – e o fim precisa acontecer, que culpa tem quem supostamente aparenta ser o culpado? Isso é a aplicação universal dos ensinamentos que vimos até aqui.
Ousamos falar contra os vínculos familiares. Dizemos que seu filho nada tem de seu. Trata-se de um espírito autônomo vivendo provas pedidas por ele mesmo. Ousamos dizer que mãe não ama filho, mas possui. Pelo apego que os padrões sociais conferem àquela que vivencia o papel de mãe, o amor universal se torna impossível.
A mãe quer ser dona, quer mandar e comandar a existência do espírito autônomo, que chama de filho. Quer livrá-lo dos seus traumas e das suas decepções através de um ilusório comando da vida dele. Almeja transformar o destino do filho para aquilo que ela gostaria que tivesse acontecido consigo. Mesmo aquelas que possuem o conhecimento religioso e sabem que todo espírito é filho de Deus, querem comandar a existência daqueles que imagina ter gerado. Sabem que tudo é dado por Deus, mas querem desfazer ou comandar o que o que o Pai faz.
Veja bem. Ao afirmar que uma mãe não ama o filho, mas o possui, não estou ofendendo ou acusando as mães, mas ousando acordar as pessoas para a Realidade: não existe seu filho, mas sim de Deus. Os chamados filhos são espíritos autônomos que, como já vimos viverão um destino traçado por eles antes da encarnação e que é ‘a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado’ enquanto espíritos que são.
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