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Participante: como humanos que somos precisamos nos revigorar nos ensinamentos para não nos perdermos de nós mesmos? Porque não aprendemos o que tentamos ensinar?

Porque, como diz Cristo, poucos estão dispostos a se olhar no espelho.

É muito fácil acusar o outro de lhe chamar de feio. É muito fácil acusar o outro e dizer que está indo contra você. Olhe para dentro. É justamente por não ter coragem de enfrentar a si mesmo, de apontar o dedo acusatório para si mesmo e não para o outro que não consegue a prática dos ensinamentos.

Poucos olham para si mesmo e encontram o que neles gera o sofrimento. É preciso alcançar essa prática a cada momento da vida para se chegar à conclusão que é preciso parar com essa forma de agir. Isso é importante não só para a sua elevação espiritual, mas também porque o único que sofre com essa forma de viver é você mesmo.

Aquele que lhe chamou de feio e que aparentemente causou o sofrimento está feliz da vida vivendo o seu prazer de ter dito o que queria dizer. Só você está sofrendo. Para parar de sofrer em momentos semelhantes de nada adianta querer provar ao outro que se é bonito.

Quantas vezes já tentou provar a quem lhe disse algo contrário a uma crença sua que era você que estava certo? Conseguiu? Acho que pouquíssimas vezes, não?

Portanto, a única forma de estancar o sofrimento é agir em si mesmo. Apesar disso ser óbvio, pouco agem desta maneira. Por quê? Porque querem vencer os outros, querem provar que estão certos, que sabem a verdade.

Eis aí o grande problema dos seres humanos: eles afirmam que querem ser felizes, mas na verdade o que almejam é vencer os outros. Por isso, ao invés de seguirem no único caminho que pode garantir a felicidade, cederem ao outro o direito de pensarem diferente, preferem lutar contra para provar que estão certos, que sabem a verdade das coisas.

Por isso afirmo que o ser humano é hipócrita. Ele afirma que quer ser feliz a qualquer custo, mas o que realmente almeja é dominar os outros, vencê-los…

Participante: suicídio é ação; logo o fato em si seria irrelevante? E o outro lado da moeda, o querer estar vivo, teoricamente não seria tudo intencionalidade, querer?

Sim, existe um querer nas duas situações.

Não no ato, no querer estar vivo ou o se suicidar. Esses não têm problema. O problema está na intenção.

Sobre a questão do suicídio, apesar desta não ser a visão dos espíritas, existe em O Livro dos Espíritos uma informação importante. Lá é dito que só os suicidas intencionais, ou seja, os que querem acabar com a vida, encontram problemas na sua existência eterna. Diante desta informação, Kardec pergunta ao Espírito da Verdade se todo suicida não tem a intenção de acabar com a vida. A resposta é não…

Realmente, tem muita gente que dá um tiro na cabeça para fugir dos problemas e não para acabar com a vida. Ele não tem intenção de acabar com a vida, mas sim com o problema. Por isso, aqueles que não se suicidam com a intenção de acabarem com a vida não causam problemas para a sua existência eterna.

Saiba sempre que o que vale é a intenção e não a ação.

Participante: e quando a liberdade das pessoas é tirada através de leis humanas que proíbem o uso de certos comportamentos e substâncias. Devemos nos conformar com a lei ou infringi-las de maneira indiferente?

Sobre ação não posso falar. Se fizer, fez; se não fizer, não fez. Agora quanto ao seu mundo interno posso dizer que não deve se sentir obrigado a fazer ou não qualquer coisa, mesmo que essa ação seja regida por uma lei humana.

Estou dizendo para descumprir as leis humanas? Não. O que estou lhe dizendo é o que Paulo ensinou: Deus recebe o espírito não pelo apego às leis, mas pela sua fé.

Participante: tem alguma coisa para falar a respeito do pessoal de Órion que apareceu por aqui durante a sua ausência?

NOTA: Nesta época diversas pessoas ocupavam o microfone para falarem com os amigos. Numa destas conversas um amigo incorporou um espírito que se identificou como oriundo de Órion e falou a todos.

O que posso dizer sobre esses espíritos é que formam o pessoal que apareceu aqui durante a minha ausência. Só isso. Não posso dizer se incorporar foi certo ou errado, porque não acredito nestes adjetivos.

Já quanto ao que falaram, também nada posso dizer, pois o que foi transmitido por eles não faz parte do meu trabalho. Por isso não posso dizer que o que falaram é verdadeiro ou não, já que não tenho conhecimento sobre o que foi dito.

Participante: porque não pode comentar sobre o que foi falado?

Não é que não possa, o que estou dizendo é que não tenho nada a comentar.

Aquele espírito está falando de acontecimentos futuros. Falar disso faz parte da missão de outros missionários e não da minha. Então, não posso meter a colher na sopa dos outros.

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