O que está fazendo? Lavando louça. Porque está lavando? Não sei. O que vai resultar desse seu trabalho?  Não sei. Não pode se ter respostas para essas perguntas porque se tiver, estará vivendo sob a égide de rajas e, por isso, ao alcance do sofrimento.

Participante: não tem como lavar uma louça sem saber porque lavar?

Tem sim.

Participante: eu lavo para limpá-la.

Se fizer isso, estará vivendo uma vida vivida com intencionalidade, sob o signo de rajas. É a intencionalidade que precisa ser substituída, não o ato.

Você lava a louça para limpá-la? Mas, quem disse que ela fica limpa? Pode até ser que como resultado do seu trabalho imagine que fique sem sujeira aparente, mas quem disse que por isso está limpa?

Ter certeza de que a limpou é viver sob a característica rajas. Essa certeza advém da necessidade de alcançar a intenção presente. Só que Isso a faz ficar vulnerável ao sofrimento: ‘lavei essa louça e fui olhar agora continua suja. Droga, não sei lavar direito’. É isso que a intencionalidade faz com você.

Lavando apenas por lavar, diz: ‘lavei, mas ela não ficou lavada. Vou lavar novamente’. Você pode lidar com a realidade da louça lavada que mesmo assim não ficou limpa sem sofrimento porque não tinha a intencionalidade de limpá-la.

Quem está em sattva fica em paz porque não tem a intenção de conseguir fazer alguma. Se fizer, fez; se não fizer, não fez. Que adianta querer limpar a louça quando apesar de toda esfregação que se faz não consegue a limpar?

Será que estou falando besteira? Não só na louça, mas em quantas coisas da vida vocês se dedicam a fazer com todo empenho e não conseguem o resultado que esperam? Agem perfeitamente usando de todo empenho possível e o que fazem não alcança o que se esperava ou é alvo de crítica dos outros?

Deus faz isso acontecer para ajudar na prova. Ele quer alertar da presença da intencionalidade na vivência daquele momento que leva ao afastamento Dele.

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