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“Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas.” (Mt. 7, 12)

Olha que coisa interessante. Acho que nunca entenderam desse jeito, apesar de estar claro.

A lei de Moisés quer dizer ‘faça aos outros o que quer que façam a você’. É exatamente o que conversamos quando falamos do novo sentido da lei que Cristo veio trazer. Se não quer ser morto, não mate, mas ame para não matar e nem morrer.

Este trecho é bem pequeno, mas de uma profundidade imensa, porque tira – e eu já cansei de falar isso em todos estes anos – o poder coercitivo que dão à lei de Moisés.

Lá está escrito não mate, então é proibido matar.” Não, não é isso. O sentido não é esse. Não se trata de algo coercitivo, mas de consciência: não mate por amor ao próximo.

Para vocês qualquer lei tem força de coerção. Por isso, elas transformam em pecado o que não é. Mas, a lei de Moisés, segundo Cristo não possui essa característica. O que ela quer dizer é o seguinte: não faça aos outros alguma coisa para não abrir espaço para que a lei funcione contra você.

Participante: quando você aplica a lei, se submete a ela também.

Não é disso que estamos falando. É da trave do seu olho, da sua hipocrisia. Você não vê, mas quando fala que o outro está errado está fazendo a mesma coisa. É a lei da causa e efeito.

É da lei do amor ao próximo que estamos falando. Se não ama, como quer receber amor de volta? Se não dá ao outro o direito de ser, estar e fazer qualquer coisa, como é que exige que todo mundo aceite o que quer? Se reclama do que o outro faz, como é que quer que ele não reclame do que você faz?

A lei não pode ser vivenciada com coerção aos outros: é isso que está escrito aí. A lei “não adultere”, por exemplo, não pode ser usada de forma coercitiva: não se pode faltar com a verdade. O real sentido dela é: não falte com a verdade com o outro para que ele não falte com a verdade com você.

Esse é o sentido da lei espiritual. Ela não é uma lei coercitiva, uma lei proibitiva, um instrumento para se julgar o outro. Ela deve ser um guia para você plantar e colher.

A lei de Moisés, usando isto como exemplo, é um guia prático de agronomia. É o estudo de como plantar. Só isso.

Participante: você falou outro dia que esse negócio de estar pagando nessa vida do que fez em outra anterior não é bem assim. Então, quando acontece alguma coisa aqui é o que?

É o reflexo da sua posição no mundo espiritual.

Vou dar um exemplo: você encarnou em outra encarnação para se libertar de cinquenta por cento de vaidade, mas só se libertou de dez por cento. Os quarenta continuaram existindo em você espírito depois do desencarne.

Essa sobra da vida anterior estará presente na atual. Não porque deixou de fazer na existência anterior, mas porque continuou em você espírito. Isso deixa bem claro que não é o reflexo da vida anterior, mas da sua posição atual como espírito.

A vida foi só uma etapa para você se melhorar. Se continuou não melhorado, precisa trabalhar isso na existência atual.

Participante: posso dizer que os cinquenta por cento são a prova? Passou dez e os outros quarenta viram expiação para próxima.

Não, não vira expiação. Esquece expiação. É matéria que você não foi aprovado.

Vamos dizer que em uma prova final de escola você teria que tirar nota oito, mas tirou seis. Por causa disso precisa fazer outra prova, que vocês chamavam de segunda época, para conseguir os pontos que faltavam.

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