Ficaram clara as três linhas de raciocínio humano?
É importante conhecê-las porque para o ser humano o que não é sim, é não. Quando dizemos, por exemplo, que não se deve dar valor aos acontecimentos humano, ele entende que deve atingir a indolência. Não é isso. É o caminho do meio.
Viver no caminho do meio, sem compulsão pela ação ou pela indolência, é um trabalho que consiste em não valorizar o que está sendo feito. Trilhá-lo é vivenciar a realidade: a ação de Deus, o amor de Deus em ação.
É isso que Buda ensina. Aliás, esse ensinamento é a base de tudo que ele e Krishna ensinaram. Para viver o caminho do meio, Buda afirma que é preciso viver com atenção plena.
Viver dessa forma não é apenas se atentar plenamente no que está acontecendo externamente ou internamente (observar os pensamentos). Para praticar o ensinamento na íntegra é preciso saber o que fazer com a observação que for observada.
Se não souber o que fazer com o pensamento, de que adianta observá-lo? Se não souber, o ser pode até ver o que está se passando no mundo interno, mas o apenas saber não destruirá a intencionalidade. Precisará agir em cima do que foi observado para alterara a vivência.
Atentar no pensamento é ter atenção plena; compreender a ação dos gunas é a compreensão correta; agir para se libertar do que o pensamento incita é a ação plena correta. Esse é o caminho do meio.
Só observar o que é pensado isso não fará simplesmente lavar a louça. Ainda levará o ser a lavar para limpar.
Participante: o próprio verbo é inerente a ação, descreve o porquê da ação. Lavar quer dizer limpar. Por isso, afirmo que se lava a louça para impá-la.
O seu raciocínio está certo. Lave a louça para limpá-la, mas apesar disso, jamais aceite que a limpou.
Participante: aí já é outra coisa. É um conceito. Cada um tem um valor para limpar.
Por isso é que afirmo que não existe um limpar.
Não existe um limpar, porque a limpeza é conceitual. Ninguém limpa nada. Você pode até alcançar o seu conceito de limpeza, mas isso não garante que está limpo.