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Essa é a forma de você conviver com a segunda crise.

Cada vez que sai uma reportagem atacando os terroristas, mais eles querem aterrorizar. Por que? Porque você fez guerra a eles.

Um detalhe: não estou dizendo que é certo o que eles fazem, não estou dizendo que se deve degolar os outros. Não é isso o que eu estou querendo dizer. O que estou afirmando é que você precisa entender que isso faz parte de um momento que o mundo inteiro vive. Para que ele vive isso agora? Para que vocês aprendam a ver escândalos sem escandalizar.

Participante: internamente.

Internamente, calar em você a revolta contra ele.

Participante: na boca não tem problema.

Na boca, não tem problema. Estou, como sempre falando de mundo interno. No seu íntimo não deve emitir raiva contra eles, pois na hora que faz isso, espiritualmente falando, sabe o que está fazendo? Alimentando-o energeticamente.

Participante: quando você disse vamos à luta, seria uma luta como Gandhi fez, em paz?

Isso: uma guerra sem raiva.

Eu costumo dizer que Gandhi não foi um pacifista, porque fez guerra contra a Inglaterra. Só que ele lutou verbalmente sem raiva. Lutou pelo ideal dele, mas sem para isso precisar atacar o outro.

Participante: mas ele tinha aprendido a se harmonizar…

Você também precisa se harmonizar.

O se harmonizar, nesse caso, é assumir o comando de suas emoções durante a vida. Ou seja, não deixar o terrorista, o bandido, o assaltante, o policial que bate e mata, comandarem as suas emoções. Esse é o harmonizar que Gandhi e outros alcançaram.

Participante: eu ia falar que agente critica a guerra, mas a alimenta. Alimenta no sentido energético.

Você critica a guerra e não entende que ao criticá-la, faz guerra.

Não estou falando apenas em não criticar, mas sim em entender que você faz guerra. Quando diz que um bandido não presta, está assaltando-o, está guerreando contra ele.

Volto a repetir: não estou aqui dizendo que a violência deve ser feita. Não. Estou constatando que a insegurança física existe e que nenhum de vocês, não só os que estão aqui, nenhum de vocês no planeta vai conseguir acabar com ela. Por isso, é preciso aprender a conviver com o que existe

Vocês querem um exemplo de que isso não acabará? Já prestaram atenção no tamanho do grupo de terroristas? Já viram o tamanho dos Estados Unidos, seu alvo preferencial? Não seria óbvio pensar que um dia aquele país conseguiria acabar com eles? Por que não acaba? Porque não é para acabar. Porque não está no plano do planeta acabar com aquilo.

O terrorismo precisa existir. Por que? Porque faz parte do processo de transição, da mudança de sistema de vida que ocorrerá no planeta. É o fim de um sistema de vida onde você se acha no direito de ferir o outro para conseguir o que quer. Isso é guerra, mesmo que julgue que é justo ferir.

Portanto, o terror não vai acabar; isso não vai mudar. E se não vai acabar, se não vai mudar, vocês, que estão vivendo esse momento, precisam descobrir uma forma de passar por isso sem sofrer. E a forma de passar por isso sem sofrer é deixar de fazer guerra a quem faz guerra.

Ele quer fazer guerra, que faça. ‘Ah mas vai matar soldado porque o presidente quer guerra’? Vai, porque aquele soldado nasceu para morrer naquele momento daquela forma. Por isso, não aceite qualquer justificativa da sua mente para alimentar a energia da guerra, da luta, de querer impor a sua vontade.

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