Estou sendo claro? Pergunto porque o assunto é complexo pois extrapola aquilo que vivem regularmente .

Participante: falando da nossa realidade, sempre vão haver momentos onde você ficará puto, contrariado, com alguma coisa. Pelo que disse, é possível que no momento seguinte tenha paz, mas naquele não tem. Então, para não ficar se torturando diz a si ‘estou puto com isso, dane-se’. Não vou sofrer para reagir a uma coisa que é inevitável. Quando vier a oportunidade, quando tiver uma chance de trabalhar o estado de espírito, trabalho e retorno ao antes da contrariedade. Acho que essa é a melhor forma de reagir.

Sim. Viver a contrariedade sem querer estar em paz naquele momento. Não ficar puto por estar puto. Esse é o caminho.

Participante: aí depois retorna ao seu estado anterior.

Não é você que retorna a paz; é a paz que retorna a você.

Só que durante os momentos que falou existe uma oportunidade: o meditar, o pensar o pensamento. ‘O que aprendi nesse momento? Porque perdi minha paz?’ 

Se fizer essa meditação, o que encontrará? O que, para você, é mais importante do que a paz.

Você tinha me dito que a coisa mais importante é estar em paz. No entanto, se alguma coisa conseguiu tirar essa paz, o que isso quer dizer? Que a paz não era tão importante, que o que causou a contrariedade é mais importante.

Portanto, é preciso ficar em paz consigo mesmo, ou seja, com a sua contrariedade, mas, além disso, pode usar esse momento para descobrir algo que é capaz de lhe tirar a paz, mesmo achando que ela é a coisa mais importante.

Participante: com o tempo aprendi a valorizar essas oportunidades. Mesmo ficando contrariado por estar contrariado no início, depois verifiquei que tinha uma oportunidade de conhecer a mim mesmo. 

Perfeito. Aliás, essa questão do meditar, pensar o pensamento, é algo que conversamos há muito tempo.

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