Da mesma forma que falamos sobre as críticas ao governo, o alimentar a discórdia não vale só com relação aos bandidos: vale também para quem está ao seu lado no dia a dia. Quando você na sua vida diuturna quer provar que está certo em alguma coisa não vê, mas abre guerra com o outro para poder dominar ele. Ela é a mesma que os terroristas fazem e causa o mesmo sofrimento, pois a energia que gasta para alimentá-la é a mesma: o egoísmo.
Ontem me perguntaram sobre o natal, sobre o portal que se abre nessa época. Ele é uma grande oportunidade de você declarar não quer mais viver desse jeito. De mostrar a sua intenção de começar a assumir o controle da sua vida. É o momento de buscar se harmonizar, ou seja, não deixar essa sensação de ter que lutar com o mundo, de ter que mudar o mundo lhe dominar. É uma grande oportunidade de começar a dar paz aos outros. Aí, dando paz aos outros, a paz se estabelece em você.
Participante: uma coisa que eu recordei também, que essa paz que a gente as vezes dá às pessoas que estão ao nosso lado acabam gerando nelas raiva.
Veja, ele pode até ter raiva, mas se você está em paz, essa raiva não vai para frente. Você positiva o que vem negativo.
Quando você está em paz e o outro tem raiva, como fonte emissora da paz, positiva a energia da raiva que vem dele. O problema é que hoje ele tem raiva e você também. Aí vocês vão retroalimentando cada vez mais essa raiva, cada vez mais, cada vez mais, e não conseguem sair dela. Isso leva você ao sofrimento.
Participante: por exemplo, os terroristas. Quando chega um amigo e senta do lado e começa a falar que tem que matar os terroristas, acabar com tudo, e você não está nem aí para o assunto e por isso concorda com ele, está alimentando a raiva?
Se você não está nem aí, não. Agora, se internamente passa a viver aquela raiva que ele está emanando naquelas palavras, sim, passa essa raiva para frente.
Eu contei agora pouco uma estória que fala de um brigar com o outro. É isso: é preciso quebrar o ciclo de raiva, de beligerância. Só que ao invés de quebrarem o ciclo, brigam cada vez mais, para poderem ter razão.
E querem que a guerra acabe. Impossível.
Participante: é como na televisão, nesses programas…
Junto com a televisão vem a raiva da televisão.
Participante: quando os outros vêm falar coisas com a gente, dizendo o que a temos que fazer?
Dê o direito a ele de impor, mas também dê a si o direito de fazer ou não.
Ele quer impor algo? Quer. Então, está certo, ele que fale o que ele quiser. Agora, seja o que for que ele disser, você não deixe mexer dentro de você. Continue com a sua paz.
Pouco importa se vai fazer o que foi imposto ou não. O que não pode acontecer é deixar o que ele faz dominar seu mundo interno, ou seja, fazer você viver com raiva dele.