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Terceiro: Deus não passa por vicissitudes. O que é vicissitude? De acordo com o dicionário é “a alternância entre situações”.

A vicissitude acontece quando em um momento a vida está boa e, em outro, se torna má e no subsequente fica novamente boa. Isso se chama vicissitude: a alternância entre situações.

Se o Espírito da Verdade diz que Deus não passa por vicissitudes, isso quer dizer que Ele jamais se altera, que a Causa Primária das coisas é Imutável.

Unindo-se os atributos que a humanidade diz que Deus possui a esse ensinamento, teríamos, então, que chegar à conclusão que a Justiça da Causa Primária jamais se altera. E, se ela jamais se alterará, jamais acontece uma injustiça. Teríamos, ainda, que aceitar que não existe maldade, pois a Bondade da Causa Primária jamais se altera.

Essa é a Verdade que está embutida nessa resposta e que poucos conseguem vivenciar, apesar de dizer que já estudaram o ensinamento. Na verdade, precisamos reaprender a ler, porque até isso desaprendemos.

Está escrito nesse texto: Deus não passa por vicissitudes, a Causa Primária não passa por vicissitudes, no Universo nada jamais muda. Isso é claro. Apesar disso, os seres humanizados que se dizem espíritas continuam negando e afirmando que a injustiça e a maldade ocorrem.

Nada se altera. Quando dissemos no estudo da pergunta sete que o remédio não faz efeito porque as propriedades dos elementos químicos dependem da Causa Primária, muitos pensaram que criamos uma vicissitude (alternância entre funcionar ou não), mas não foi isso que fizemos, pois a ação da Causa Primária é retilínea.

Fazer ou não efeito não são situações diferenciadas entre si. Isso acontece apenas para os egos dualistas que veem a existência de pares de opostos. Fazer ou não efeito é sempre o fruto de uma Causa Primária, que é Imutável.

Não existe o fazer ou o não fazer, mas apenas a Causa Primária. Ela é isenta de vicissitudes e por isso, não importa qual seja a impressão que os seres humanizados tenham, está agindo em um só sentido e esse é a geração da Perfeição. Portanto, se o remédio fizer efeito é Perfeito, mas se não fizer, também o é e não há diferença entre uma coisa e outra.

A Causa Primária, portanto, não passa por vicissitudes (jamais se muda), pois sempre aplica a Perfeição, mas os egos dos seres humanizados dão à Perfeição valores diferentes: por exemplo, fez efeito ou não.

São estas três informações que estão embutidas nesse texto do Espírito da Verdade. Uma resposta longa, mas profunda demais para ser alvo de uma leitura de um segundo, como fazem aqueles que estudam O Livro dos Espíritos.

Os seres humanizados leem esse texto apenas enfatizando as propriedades que Kardec relaciona, porque querem apenas saber, ter cultura. Na realidade não estão preocupados com a descoberta da Verdade, mas em adquirir cultura.

É preciso mergulhar na resposta e isso é exatamente analisar o texto como analisamos agora. Primeiro descobre-se que nós não conhecemos a Verdade, a Realidade, porque nos faltam elementos para conhecer o Todo. Depois disso, precisamos saber que esse Todo é Perfeito porque tem todas as propriedades elevadas ao expoente máximo. E se é Perfeito, é a própria Perfeição. Por último, precisamos constatar que a Perfeição não pode passar por alternâncias, mas é sempre uma, apesar de aplicarmos a ela valores diferenciados.

Participante: gostaria de ler um trecho do livro de Santo Agostinho (Confissões) que fala a respeito de Deus não passar por vicissitudes.

“Fixa nele a tua morada, confia-lhe tudo o que dele recebes. Ó minha alma, já cansada de tantos enganos. Entrega à verdade tudo que da verdade tens recebido e nada perderás. Reflorirá tudo que em ti tiver apodrecido, todas as tuas doenças serão curadas, as tuas fraquezas serão reparadas. Renovadas, estarão estreitamente ligadas a ti e não te arrastarão para o abismo, mas subsistirão contigo junto a Deus que é sempre estável e presente”.

Esse realmente é um grande conselho. Apenas salientemos que no texto não se fala da cura das doenças do corpo, mas da alma. Estou alertando sobre esse detalhe porque, quando se fala na cura das doenças, os seres humanizados pensam logo nas doenças do corpo. Santo Agostinho não fala da cura destas doenças, mas as da alma.

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