“Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. Toda árvore que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo. Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem. (Mt., 7, 15 a 20)

Os falsos profetas vêm fantasiados de cordeiro. O que é um cordeiro? Um bicho dócil, amável, bonitinho, que dá o leite, a lã … É um animal que serve, plácido …

Quem são os cordeiros que parecem bonitinhos mas que são lobos? Aqueles que lhes levam para o caminho largo, para a porta larga. Eles parecem bonitinhos, são aceitos pela sociedade, parecem seres maravilhosos, que estão a serviço do povo, mas estão levando vocês para a busca material. São lobos.

É, por exemplo, o Dalai Lama que fala frases bonitas, mas ainda quer que a China saia do Tibet.

Participante: você está invocado com essa história …

Não estou invocado com a história, mas com a santidade que se dá a ele, só porque anda com túnica e faz propaganda dos ensinamentos de Buda.

Compreendam: é preciso superar a santidade concedida pelo sistema humano a alguns seres para poder saber para onde eles conduzem. Para isso é preciso estar atento, como diz no presente ensinamento, ao que sai da boca deles.

É isto que está sendo dito ali.

Não estou invocado. Sei que é a missão dele, sei que é o trabalho dele. Só estou usando o que ele falou para atacar o sistema humano de vida que o chama de santo, assim como trata centenas de outros como seres evoluídos, como o Osho, por exemplo.

Participante: ahh, o Osho! Não, Joaquim …

Sim, o Osho que diz que a pobreza humana é culpa de Cristo e Krishna, porque disseram que você não pode ter as coisas. Isso é ser santo? Esses mestres nunca disseram isso. Aliás, estamos vendo aqui, nesse estudo. Eles não disseram que não poderia ter: disseram apenas “não viva para isso”.

Precisamos falar disso, porque são esses mitos de santidade que levam a aceitar uma ideia que conduz ao caminho largo.

É preciso analisar friamente para onde o sistema está querendo lhe levar. Esse é o grande ensinamento desse pedaço do acordo. Não aceite nada, nem Joaquim. Não aceite nenhuma santidade concedida pela humanidade para não caminhar pela porta larga. Eles são lobos em pele de cordeiro.

A pele de cordeiro, nesse caso, é a aura de santidade fundamentado no sistema humano de vida, nos valores de santo humanos.  .

Participante: é como se diz na internet: se comeu e gostou, cospe que engorda.

Exatamente

Participante: falsos profetas são aqueles que falam do caminho estreito, mas oferecem o caminho largo.

Sim. Falam do caminho estreito, dos ensinamentos dos mestres, mas prometem o caminho largo. Usam os ensinamentos para prometer ter uma vida dentro do mundo humano que seja considerada como certa ou boa.

Quer um exemplo clássico disso? Aqueles que se tornam vegetarianos para poder ter mais paz, felicidade, ser mais elevado. Esse está entrando no caminho largo, pois o vegetarianismo é aceito como algo de bom para o sistema humano de vida e não pelo aspecto espiritual. Saiba de uma coisa: é muito mais fácil um carnívoro que não tem culpa por comer carne entrar no reino do céu do que um vegetariano orgulhoso de não comer carne entrar.

Participante: e quando a gente não quer mais a carne e não consegue sequer engolir, como é o meu caso e de outras pessoas que conheço?

Isto é um processo, é vida, carma…

Estou falando do mundo interno. Estou falando de bater no peito e vangloriar-se de ser melhor por ser vegetariano.

Não estou de comer carne ou vegetal, porque isso é ato.

Participante: isso é uma coisa recente em mim. Fico com pena dos bichinhos que tem que morrer e principalmente do jeito que são mortos. Então quando vou comer a carne me sinto mal. O que é isso?

Não é nada. É acontecimento da vida.

O que pode representar alguma coisa é, a partir da forma como está vivendo, dizer que quem mata para comer é um safado, não presta, não é elevado. É só isso.

Estou falando de mundo interno, por dentro. Quem prega o vegetarianismo como caminho para ser mais puro é um lobo em pele de cordeiro, pois está lhe levando para um caminho aceito pela humanidade como mais puro

Participante: faça o que quiser e não julgueis…

Exatamente. Faça o que quiser e não acuse o outro, não se culpe e não se vanglorie.

Participante: quando se pega esse caminho temos que nos vigiar muito. .

Vigiar não; tem que trabalhar você mesmo.

Olha o que vimos antes: não se trabalha apenas na hora. É preciso estar constantemente trabalhando em si a ideia de que ser vegetariano não é melhor que ser carnívoro.

Participante: fale mais sobre aqueles que oferecem o caminho estreito, mas entregam o largo. O fato de estar relacionado à religião.

O caminho oferecido pelas religiões não é estreito, mas sim largo.

Exemplo: a necessidade de se fazer jejum de comida para poder ser puro. Apesar da ausência de comida, esse caminho não é estreito, mas largo. Ele dá a ideia de ser mais difícil, estreito por causa da fome, mas não é. Quem propõe isso está oferecendo o caminho largo porque este ritual é aceito como caminho para a pureza, para ganhar alguma coisa nessa vida.

O caminho largo não tem a ver com o lado material. Tem a ver com a aceitação pelo sistema humano de vida e com o que ele oferece em troca.

Participante: eu tinha entendido errado. Entendi que o caminho largo é se expor, estar no mundo e ainda assim se conter e o estreito quando você se isola.

Por exemplo, uma mãe chorar porque o filho perdeu alguma coisa ou teve algum problema, é um caminho largo, apesar de conter tristeza. A humanidade acha certo a mãe chorar e dá àquele que age assim um ar de pureza, de santidade. Esse é um caminho largo, porque quem o percorre tem a aceitação humana.

O caminho que tem a aceitação humana é largo porque quem o caminha já recebe tudo que tem para receber: o reconhecimento da sociedade

Participante: vejamos o contrário, uma mãe que não chora ao ver o sofrimento do filho, como ela é vista? Uma mãe ruim, fria…

Viver assim é percorrer um caminho estreito, pois quem o vive é isolado pela comunidade. São poucos que querem passar por isso. É mais fácil fazer o que a sociedade diz que é certo.

Lembra quando jogaram os aviões lá nos prédios nos Estados Unidos? Você disse que nada aconteceu ali, que ninguém morreu. O que aconteceu? Todos lhe chamaram de fria.

Naquele momento você percorreu um caminho estreito, pois o largo ali seria agir como todos: chorar porque muita gente morreu. É largo porque é o que a sociedade exige que seja vivido para ser considerado como certo, como puro.

Lembre-se: o caminho largo é aquele que traz a aprovação da sociedade.

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