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Eis aí, então, dois elementos que, como disse na conversa anterior, precisava abordar antes de responder qualquer questão levantada por vocês.
Eu não podia, por exemplo, responder a uma pessoa que me diz que sofre neste mundo porque não consegue arrumar emprego, sem antes mostrar a ela que esse entendimento é a mente que está causando para que ela ganhe algo. Não posso, também, responder a uma pessoa sobre este mesmo assunto mostrando os motivos pelos quais ela está sem emprego. Sei que anteriormente já falei de muitos motivos pelos quais as coisas acontecem (carma, prova, encarnação, Deus Causa Primária), mas não adianta usá-los aqui, porque mesmo estes motivos, que são reais, a mente não conseguirá trabalhar dentro de uma profundidade que ajude o ser a alcançar a felicidade.
Se digo para uma pessoa que não tem emprego que aquilo é o seu carma, ou seja, que aquela é a prova que ele pediu porque em outras vidas precisou de alguma coisa e não fez, ela vai querer saber o que deixou de fazer antes para poder agora ter este carma. Ou seja, será sempre a mente investigando, mas ela nunca usará esses elementos para que haja felicidade, mas sim para criar mais dúvidas. Criando estes estados duvidosos, a mente não deixa você viver feliz.
Por isso, nesta hora que vamos conversar sobre o poder da felicidade, vamos agir da seguinte forma. Vocês vão me colocar seus problemas. Diante da narrativa de vocês, que na verdade é sua mente que fará, vou lhes mostrar o que está sendo criado como real, mas que não é, e mostrar o quanto estão apegados à ideia de realidade daquela consciência, para que possam se libertar desta ideia.
Para isso, vou falar e usar argumentos. Só que os argumentos que usarei não vão explicar porque você vive aquilo. Eles devem servir apenas como espada para você ferir a força de maya que está conferindo realidade àquilo.
Agora, quando fizer isso, podem ter certeza de uma coisa. Falarei coisas que a sua mente ao ler lhe dirá que não é verdade.
Ela não aceitará placidamente os meus argumentos. Ela usará argumentos para lhe dizer que você não está preocupado com determinados aspectos que vou dizer que está, que você não pensa da forma que vou falar. Para que fará isso? Para que você caia, para que se deixe levar pela realidade ela cria.
Não estou com isso dizer que sou o certo. Estou querendo apenas mostrar que vou olhar de um lado não hipócrita, ou seja, sem passar a mão na cabeça de ninguém.
Eu já disse por diversas vezes que não passo remédio na ferida de ninguém. Eu enfio o dedo e arranco o carnegão, se isso for permitido. Faço isso não para machucar, para acusar ou atacar, mas para lhe chocar. Só quando você se chocar com a hipocrisia e egoísmo que está na sua mente é que se libertará dela.