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Que silêncio, não. Acho que a conversa está pesada para vocês. Por que? Porque eu estou pondo a responsabilidade nas suas mãos. Isso assusta.
O peso que estão sentindo é o de saber o seguinte: ‘que idiota que eu sou! Eu posso ser o dono do mundo, do meu mundo, e entrego o poder na mão de outro’. Pensando isso, a mente pode lhe levar a criticar-se. Ao invés disso, mude-se. Não abra guerra contra si mesmo: é melhor.
Essa é uma verdade que vocês precisam entender. Ninguém é capaz de fazer nada contra você se não deixar eles fazerem. Nem mesmo a sua mente. Se entregar aos outros ou à sua mente o comando da sua vida, você vai ter que viver o que eles disserem para viver. Ter consciência desse poder assusta.
O mais novo aqui já tem no mínimo uns trinta anos. Até hoje viveram colocando a responsabilidade pelo que vivem na mão do outro: ‘eu sofro porque o mundo é assim, sofro porque o governo não cuida da saúde, sofro porque tenho medo do bandido’. Até hoje sempre acharam um culpado. Agora, descobriram que a única culpa, se houvesse, era de vocês mesmos.
Culpa do que? Culpa de não ter crescido. Muitas vezes são velho de cabeça branca, mas ainda são crianças. Esperam que a vida traga balinha todo dia. Esperam que a vida faça tudo de bom por vocês. Quando não faz, choram: ‘ai, a mamãe não trouxe balinha, que coisa horrível’.
Quando é que vocês vão crescer? Quando é que vocês vão poder dizer ‘eu ajo maduramente com a vida’, ao invés de viverem de uma forma infantil, culpando Deus e o mundo pelo que deixam os outros fazerem consigo?
Participante: seria usar a inteligência emocional?
Eu já falei de diversos trabalhos que podem ser executados para realizar isso: conciliação, inteligência emocional. Aliás, tudo o que falamos nos últimos dezesseis anos está presente aqui agora. Não há nenhuma novidade.
Sabe, o que estou dizendo é que devem assumir: eu faço o que quiser. Não fazer em atos, mas ser. Precisam assumir-se e serem quem quiser, ao invés de deixar os outros dizerem o que devem viver.
Participante: mas isso não causa guerra entre o casal, marido e mulher?
Não, se você o que quiser, mas deixar o outro ser quem ele quer, isso não causa guerra. Ela vai se iniciar apenas quando você for o que quiser e querer que o outro seja também como você quer.
Participante: então, eu posso ser o que eu quiser e a mulher…
Você pode ser o que quiser e pode deixar sua mulher ser o que ela quiser. Só que, nesse processo, não pode viver o sonho de que, na hora que ela for o que quer, vai ser quem você quer que ela seja.
O problema dos casais é que você quer ser quem quer, mas quando o outro quer ser ela quer, você não deixa. Ai, há guerra. Essa guerra, no entanto, não existe porque você quer ser quem quer. É porque quer que ela seja quem você quer que ela seja.
Participante: quando eu faço as minhas coisas, não queria que ela ficasse brava comigo. Queria que aceitasse.
Você está guerreando contra ela. Está lutando para que ela lhe aceite.
Ela é de reclamar do que você faz? Ela é assim. Se quer ser livre, dê a ela a liberdade de reclamar. Isso faz parte da paz.
Vou usar um exemplo chulo: o homem que gosta de sair para beber e não deixa a mulher sair de casa. Por que?’ Porque eu sou homem, tenho esse direito, ela é mulher, não tem’. Quem pensa assim é uma criança que acha que pode dominar o mundo.