Agora que já vimos todos os atributos de Deus, precisamos começar a compreender a vida. Para isso, vou usar um exemplo: você sai de carro, vem outro e bate atrás.

Essa seria uma análise humana desse acontecimento: ‘eu saí de carro e veio um motorista desatento, que não sabe dirigir, que não vale nada e bateu no meu carro’. No entanto, esse raciocínio, essa consciência sobre um acontecimento, não pode existir para aqueles que dizem que aceitam os ensinamentos do Espírito da Verdade como guia para a elevação espiritual.

Através de O Livro dos Espíritos sabemos que Deus é a Causa Primária e que, por isso, Ele age no pensamento dos seres humanos e comanda o funcionamento das coisas materiais para que o acontecimento desenrole-se como julgar Perfeito. Sendo assim, o ser humanizado que acredita nos ensinamentos precisa compreender que a pessoa não deixou de frear o carro porque Deus não deu o pensamento para isso. Além disso, fez que os elementos do carro não tivessem a ação de parar.

Mais: Deus não fez isso acontecer porque aquele homem estava desatento, porque não sabia dirigir ou porque não presta. Como Tudo que faz é resultado da obra de um ser humanizado, posso dizer que esse acontecimento foi criado como resultado perfeito de uma análise que Ele fez da forma de viver daquele que foi atingido.

Em outras palavras, carma …

NOTA: Se a resultante da análise divina é permeada pelo Amor, o carma não pode ter o mesmo valor que hoje aplicamos a ele: castigo, penalidade. Carma é a apenas a reação a um momento anterior, mas sem a conotação de castigo. Ele não é bom nem mal, mas sim justo.

Deus deu esse acontecimento a cada um dos envolvidos como resultado da análise que foi realizada a partir da Justiça. Quanto a intenção Dele ao aplicar o justo, posso dizer que não é punir, causar prejuízos, pois foi resultado do Amor que tem pelos seus filhos.

Na hora que aconteceu a batida, Ele estava perguntando: ‘você ama mais o carro ou Eu? É capaz de oferecer a outra face? De perdoar o outro motorista’?

O Amor existente na formação da Causa Primária dá ao acontecimento o sentido de ser uma geradora de uma nova oportunidade de elevação espiritual. Deus faz os momentos acontecerem – e para isso comanda todas as coisas (as propriedades da matéria e o pensamento humano) – visando dar a cada ser uma nova oportunidade de praticar aquilo que veio fazer na encarnação: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

O Amor presente na Causa Primária pode ser comparado ao de um pai e uma mãe terrestre que sabem que o seu filho não quer ficar de castigo, mas o coloca assim mesmo para dar uma oportunidade de refletir e se mudar para viver um futuro melhor.

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