Pergunta 0014 – Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.
“Deixai de lado todos os sistemas”.
No mundo material proliferam hoje os estabelecimentos que aplicam diversos sistemas técnico-científicos para realizar a busca do universal, do espiritual. E, ainda por cima, se auto proclamam espiritualistas.
Em quantos lugares vejo os locais que deveriam servir para a religação com Deus transformados em academias científicas daquilo que não pode ser compreendido pela mente humana? Em vez da fé – da entrega com confiança ao Pai, que deveria ser a base sentimental para a vivência da Causa Primária – os seres humanizados buscam criar elementos e fórmulas matemáticas para ensinar a espiritualização.
Em um local que fiz palestra as pessoas juntam-se várias vezes por semana para compreender o que é ser espírito. Perguntei a eles: ‘porque estão buscando aprender a ser espírito? Vocês já são’.
O ser humanizado chama de espiritualização o estudo da mediunidade, dos elementos do mundo invisível, o aprendizado de sair do corpo, etc. Para que esses estudos? Eles por serem espíritos já sabem tudo isso, mesmo que não se lembrem durante a encarnação. Agem como se nunca tivessem sido espíritos e precisassem vir para a carne para aprender a ser.
Parem com isso! Vocês se perdem nesses labirintos e não vão a canto algum. Prestem atenção em vocês, no seu interior.
Cada ser do Universo veio à carne para aprender a si dominar. Veio para dominar o seu ego, as suas paixões, os seus desejos.
É para isso que nasceram. Ao invés disso ficam criando uma ciência para o espírito e dedicam-se a ela com a intenção de aprender a ser espírito, como se nunca houvessem sido.
Joguem fora todos os livros científicos e aprendam a conviver com as suas projeções mentais em paz, harmonia e felicidade. Mas, para isso precisam aprender a conviver com as suas projeções com a certeza que Deus é a Causa Primária delas, a origem do seu modo de ver a vida.
Isso pode lhe garantir um bom futuro.
Vamos supor um diálogo entre um espírito humanizado que dedicou a sua vida a este tipo de espiritualização e o seu mentor logo após o desencarne.
– Pois bem, o que você fez para a sua elevação espiritual?
– Frequentei durante dez anos seguidos um centro.
– O que aprendeu?
– Aprendi a fazer projeção astral, a sair do corpo conscientemente.
– Mas, isso se chama volitar e você já fazia antes da encarnação. O que mais aprendeu?
– Aprendi que o Universo é composto de energias.
– Isso é natural para qualquer espírito. Você já sabia que elas existiam antes de ir para a carne. Que mais aprendeu?
– Aprendi a ser médium.
– A mediunidade é um instrumento de Deus para servir aos seus filhos. Por esse motivo é Ele que comanda todo processo mediúnico. Perdeu tempo. Que mais aprendeu?
Esse espírito chegará à triste conclusão: não realizou nada que veio fazer. Perdeu a sua encarnação aprendendo aquilo que já sabia antes de encarnar.
Isso aconteceu porque ficou querendo aprender o que já sabia. Agiu assim para poder satisfazer à sua curiosidade humana, às curiosidades geradas pelo ego. Com isso deixou de fazer o que tinha que fazer: a reforma íntima.
Participante: devemos viver o nosso presente de forma constante, pois será através dele que viveremos nosso futuro.
Devemos viver o presente incessantemente sem colocar nenhuma outra compreensão que não seja a Causa primária de todas as coisas agindo.
Devemos viver o presente incessantemente como resultado de uma análise profunda de Deus sobre o nosso passado. Devemos viver o presente intensamente sabendo que tudo que ocorre é justo e amoroso, porque é fruto desta análise. Devemos viver o presente intensamente sabendo que não é obra do acaso, da sorte ou do azar, nem espelha uma punição, mas uma nova oportunidade de construir um futuro diferente, através da vivência da fé.
Sim, devemos viver o presente incessantemente amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.